O artista alemão Simon Schubert desenha incríveis obras de arte em papel sem usar qualquer tipo de lápis, caneta, pincel ou tinta.
À primeira vista, as imagens belíssimas, cheias de detalhes, parecem ter sido desenhadas a lápis. É preciso olharmos uma segunda vez para, incrédulos, percebermos que não há ali qualquer material para além do papel, nem qualquer ferramenta para além das mãos: os cenários perfeitos, minuciosos, são “apenas” vincos numa folha de papel.
Simon Schubert estudou na Academia de Belas Artes Kunstakademie, na cidade de Düsseldorf, na Alemanha. O seu método de trabalhar o papel passa por fazer dobras na superfície, criando um relevo de apenas alguns milímetros que retrata o cenário idealizado. Os espaços arquitetónicos são os seus temas favoritos, nomeadamente casas senhoriais e palácios, com decorações pormenorizadas.
Estas suas obras são imagens sem luz. Não é de noite nem de dia, e não há luz natural ou artificial a iluminar os interiores. São imagens em estado neutro, como se suspensas no tempo, numa não luz uniforme. Dependem completamente da luz da sala onde são exibidas, e isso torna-as únicas em cada olhar, à medida que se apropriam da temperatura e intensidade dessa mesma luz. E é o jogo de sombras, nuances e reflexos nos vincos de papel que os transformam numa imagem, quase uma foto.
A luz emprestada, que mostra ou esconde determinados aspetos da paisagem, da arquitetura ou dos rostos, confere uma atmosfera misteriosa à arte de Schubert, que recorrentemente trata temas como a solidão, o isolamento, a perda. Em algumas das suas criações, as divisões das casas são habitadas por figuras humana ocultas, cujas sombras parecem entrar e sair de cena, na interação de sombra e luz, movendo-se entre a bidimensionalidade e a tridimensionalidade.
Tudo graças à magia do papel, onde linhas, ângulos e círculos são elevados para contrapor dobras positivas e negativas, conferindo a uma simples folha branca uma qualidade estética e artística fora do comum.
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