Ecrãs de telemóveis, computadores, tablets, televisões… A exposição prolongada à luz azul tem
consequências negativas para a nossa saúde, e não são só os olhos que se ressentem.
A luz azul acorda-nos. Porque faz parte da luz do sol, recebemo-la desde sempre. Mantém-nos alerta e regula os nossos ciclos de sono e vigília. Mas além do sol, esta luz chega-nos hoje através dos muitos dispositivos eletrónicos aos quais nos mantemos ligados por longas horas e, tantas vezes, muito para além do fim do dia.
A exposição à luz azul que vem do sol é benéfica, em doses saudáveis, mas quando se torna demasiado prolongada, e vinda de fontes artificiais, pode ter consequências negativas a vários níveis.
Baralha o ritmo e reduz as horas de sono
A luz azul interfere com a produção de melatonina, a hormona que induz o sono ao final do dia e que tem um papel importante na regulação do ritmo circadiano. Este é como um relógio interno que permite ao organismo alternar de forma saudável e regular as funções de sono e vigília.
O nosso ritmo circadiano está naturalmente regulado pela luz do sol. À medida que esta diminui, a produção de melatonina aumenta, o metabolismo desacelera e a temperatura corporal baixa.
Se nos expomos a estímulos como a luz azul perto da hora de dormir, estamos a condicionar a produção de melatonina e a interferir com o ritmo e horas de sono que seriam naturais e necessárias. Sendo que os desequilíbrios de sono, dos quais a maior parte das pessoas nem tem consciência, estão na origem de muitos problemas de saúde. Cansaço durante o dia, problemas de memória e concentração têm muitas vezes origem na falta de um sono verdadeiramente reparador.
Para regular o ciclo circadiano, é importante reduzir a exposição à luz azul perto da hora de dormir.
A pele e o envelhecimento
Vários estudos têm mostrado que a luz azul emitida pelos equipamentos eletrónicos pode afetar as células da pele, acelerando o processo de envelhecimento. Apesar de não ter efeitos imediatos visíveis, como acontece com o sol, que provoca queimaduras, há evidências de que possui uma quantidade de energia capaz de penetrar na pele, causando danos nas células cujos efeitos incluem envelhecimento precoce, inchaços, manchas escuras e vermelhidão.
A saúde dos olhos
A saúde dos olhos é aquela em que pensamos primeiro quando se fala de demasiado tempo de ecrãs. Fadiga ocular, danos na retina e o aparecimento precoce de problemas como a degeneração macular da idade podem ser consequência da exposição prolongada a dispositivos que emitem luz azul.
Ainda assim, passamos demasiado tempo com os olhos em ecrãs. Em Portugal, o tempo médio diário de exposição a ecrãs foi, em 2021, de 7h57 diárias! Este tempo é dividido pelos 2,95 dispositivos digitais que os portugueses possuem, em média. São números de um estudo realizado pela agência global de marketing Team Lewis, em parceria com a empresa de estudos de mercado GWI.
Fontes artificiais de luz azul:
Telemóveis
Computadores
Televisões
Tablets
E-readers
Lâmpadas fluorescentes
Lâmpadas LED