O Dia Europeu do Saco de Papel, que se assinala a 18 de outubro, é uma boa oportunidade para relembrar as vantagens de substituir os sacos de plástico por uma opção mais sustentável.
“Confie no seu saco de papel!” – é este o tema de 2023 do Dia Europeu do Saco de Papel, uma data que celebra os benefícios destas embalagens sustentáveis e eficientes, que, enquanto alternativa aos sacos de plástico de origem fóssil, contribuem para combater as alterações climáticas. Renováveis, reutilizáveis, recicláveis e biodegradáveis, os sacos de papel fazem parte de um futuro ambientalmente responsável.
→ Produzidos com base num recurso natural – a madeira –, obtido a partir de florestas plantadas e replantadas especificamente para esse fim, contribuem para mais e melhor floresta, por via da gestão florestal sustentável. Este termo, definido no início da década de 1990, na segunda Conferência Ministerial para a Proteção das Florestas na Europa, determina o uso das áreas florestais de forma a manter a sua biodiversidade, produtividade, capacidade de regeneração, vitalidade e potencial para cumprir funções ecológicas, económicas, sociais e culturais relevantes.
E como saber se o saco de papel é feito de matérias-primas provenientes de florestas com gestão sustentável? Procurando os rótulos do FSC® ou PEFC – organizações não governamentais criadas para promover a gestão responsável das florestas globais. Para receber a certificação destas entidades, os proprietários florestais têm de cumprir um conjunto de critérios e indicadores abrangentes, que garantem as melhores práticas silvícolas. Em Portugal Continental, a The Navigator Company, mentora do projeto My Planet, tem a totalidade da área florestal sob sua gestão certificada pelos sistemas FSC® (FSC®-C010852) e PEFC (PEFC/13-23-001).
→ A elevada reciclabilidade do papel é outro dos seus benefícios. Só na Europa, no ano passado, a taxa de reciclagem de papel foi de 70,5%, de acordo com os dados do European Papel Recycling Council. Globalmente, os dados relativos a 2021 referidos por este organismo dão conta de uma taxa de reciclagem de papel de 59,9%, enquanto o Global Plastics Outlook, da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, avança que apenas 9% do plástico produzido a nível mundial foi reciclado no mesmo período.
E se o papel utilizado no fabrico dos sacos tiver origem no eucalipto globulus, a vantagem da reciclagem aumenta: um estudo desenvolvido pela Universidade da Beira interior (UBI), com o apoio do RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel (laboratório de I&D detido pela The Navigator Company, Universidade de Aveiro, Universidade de Coimbra e Universidade de Lisboa, através do Instituto Superior de Agronomia), demonstrou que as fibras de Eucalyptus globulus apresentam uma capacidade de suportarem, no mínimo, cinco vezes mais ciclos de reciclagem do que fibras de outras espécies, e sem perderem características de alto desempenho.
→ Por ser feito de fibra vegetal, o papel é facilmente biodegradável e compostável, com os sacos de papel que, inadvertidamente, sejam largados na natureza, a decomporem-se em apenas algumas semanas ou meses. Já o impacto dos resíduos de plástico cria cada vez mais perigo para a saúde humana e a biodiversidade, com os microplásticos a entrarem na nossa cadeia alimentar e o lixo plástico a matar milhões de animais todos os anos, por ingestão ou aprisionamento. O alerta é da UNESCO, que prevê que, em 2050, haja mais plástico do que peixe nos oceanos.
→ Resistentes e duráveis, os sacos de papel podem e devem ser usados várias vezes antes de serem encaminhados para reciclagem. A fibra virgem de celulose usada na sua produção fornece uma elevada resistência mecânica e o processo de fabrico “kraft” (palavra de origem alemão que significa “força”) potencia essa característica. A durabilidade dos sacos de papel é medida e certificada pela norma de teste europeia EN 13590:2003, que garante que podem suportar um determinado peso e volume. Reutilizar um saco em vez de comprar um novo tem também um impacto positivo no meio ambiente, nomeadamente porque prolonga a duração do sequestro de carbono armazenado no papel utilizado no seu fabrico.
→ Portugal lidera a inovação ao nível do papel para embalagens com origem no eucalipto globulus, através da I&D financiada pela The Navigator Company, mentora do projeto My Planet. A marca gKRAFT disponibiliza um selo de qualidade que pode ser aplicado em todos os produtos feitos com este papel, incluindo sacos (gKRAFT Bag), e que garante vários benefícios ambientais. As fibras curtas deste eucalipto, em comparação com outras fibras celulósicas, permitem um menor consumo de madeira para produzir a mesma quantidade de papel (com recurso ao pinheiro nórdico, por exemplo, pode chegar a consumir-se o dobro da madeira); uma maior compostabilidade; maior reciclabilidade e reciclados de melhor resistência.