Floresta 2050: cuidar das árvores, do território e do futuro

9 de Abril 2025

O Governo apresentou o Plano de Intervenção para a Floresta 2025-2050. O país traça, assim, uma estratégia para dar à floresta nacional o cuidado e o valor que merece.

O documento é extenso, mas a ambição pode resumir-se numa ideia: o país precisa de uma floresta mais resiliente, mais produtiva e mais bem gerida – do ponto de vista ambiental, económico e social.

Quatro pilares, muitas ações

O plano assenta em quatro grandes pilares: Valorização, Resiliência, Propriedade e Governança. A partir deles, são desenhadas 19 medidas e 154 ações concretas, com metas para o curto (até 2025), médio (2026–2027) e longo prazo (até 2050).

Entre as prioridades, estão:

  • Apoios diretos à gestão florestal ativa, com menos burocracia e mais assistência técnica no terreno.
  • Recuperação de áreas ardidas e degradadas, com foco na regeneração ecológica e produtiva.
  • Promoção de espécies mais resistentes a pragas, doenças e alterações climáticas.
  • Valorização de produtos não lenhosos, como cogumelos, resina ou cortiça, que ajudam a diversificar o rendimento florestal.
  • Criação de um mercado voluntário de carbono, que remunere proprietários pelos serviços ambientais prestados pelas suas florestas.

Menos risco, mais futuro

Grande parte da floresta portuguesa está nas mãos de proprietários privados, muitos deles pequenos, com terrenos dispersos e com dificuldades em aceder a informação, apoios ou serviços especializados. O Plano reconhece esse obstáculo e aposta na simplificação dos processos, na criação de redes de apoio técnico e até num modelo fiscal que premeie quem investe em gestão ativa.

Também a questão da fragmentação da propriedade – um dos maiores desafios do setor – é abordada. Estão previstas medidas para incentivar a agregação de áreas, modernizar o cadastro rústico e facilitar a articulação entre vizinhos.

Num país onde os incêndios rurais continuam a ser uma ameaça permanente, a prevenção ganha novo destaque. O plano reforça a aposta no controlo de espécies invasoras, no restauro de paisagens degradadas e em estratégias para a redução da carga de combustível no terreno.

Mas fala-se também de formação, inovação, novos mercados, e até da atratividade das profissões ligadas à floresta. Porque sem pessoas, não há gestão. E sem gestão, não há floresta que resista.

Uma floresta com ambição

As florestas cobrem mais de um terço do território português. São elas que filtram o ar, protegem os solos, regulam o ciclo da água e ajudam a travar as alterações climáticas. São também habitat de milhares de espécies e fonte de rendimento para muitas famílias. Mas, apesar de tudo isto, a floresta nacional continua vulnerável.

Este plano não resolve tudo, mas é um passo importante. Pela primeira vez em décadas, Portugal compromete-se com uma visão de longo prazo para a floresta – e com ações concretas para lá chegar.

👉 Quer saber mais? Consulte aqui o Plano de Intervenção para a Floresta 2025-2050.