Se pensa que os humanos são a única espécie que forma laços sociais estreitos com a família e amigos, não podia estar mais enganado. Conheça alguns animais com famílias chegadas.
Elefantes
As crias nascem cegas e precisam absolutamente dos cuidados da mãe para sobreviverem. Mas têm muito mais do que isso: a manada junta-se ao recém-nascido, acariciando-o com as trombas, e é comum que cresçam criados e educados pela comunidade.
Os machos tendem a deixar a manada na puberdade, entre os 8 e os 15 anos, e a viver uma vida relativamente solitária. Mas as fêmeas vivem unidas, com uma matriarca a governar a família multigeracional, ajudando-se umas às outras a cuidar das crias. Correm para ajudar um dos mais pequenos que ficou preso na lama ou que, ao atravessar um curso de água, não consegue lidar com a força da corrente. Não hesitam em socorrer um dos seus que esteja a ser atacado por leões (o seu único verdadeiro predador natural, para além do Homem). E são conhecidos por “chorar” a perda dos entes queridos.
Lobos
São animais extremamente sociais e leais à matilha, que tem, geralmente, uma hierarquia específica, na qual todos sabem onde se inserem e qual é o seu papel. Essas unidades sociais complexas constituem famílias muito unidas, que se protegem mutuamente, trabalham juntos e ensinam os filhos a caçar. Comunicam entre si através de vocalizações, que tanto servem para partilhar a localização como para alertar de algum perigo.
Há, normalmente, um par líder, e não é raro que acasalem para a vida. O tamanho das matilhas depende do suprimento de comida da área, e, ocasionalmente, acolhem um ou outro lobo solitário no seio da família.
Chimpanzés
Vivem em grandes comunidades, que podem chegar aos 120 membros, e, de acordo com o Instituto Jane Goodall, os relacionamentos entre chimpanzés podem durar toda uma vida. Os relacionamentos mãe-filhos são particularmente fortes, dado que as mães cuidam das crias até que estas sejam independentes, o que acontece entre os seis e os nove anos. Mesmo depois de adultos, os chimpanzés continuam a demonstrar afeto pela mãe. Os irmãos também são frequentemente observados juntos.
Catar-se e “escovar-se” mutuamente é um dos comportamentos mais importantes nas comunidades de chimpanzés: mantém os membros próximos, tranquiliza e acalma, e fortalece os laços de amizade.
Pinguins-imperador
Quando chegam ao local de nidificação, os machos exibem-se às fêmeas baixando a cabeça até ao peito e emitindo uma vocalização específica. Uma vez emparelhados, os pinguins-imperador permanecem monogâmicos durante toda a época de reprodução, e às vezes até por mais tempo. São altamente sociais e nidificam em grandes colónias, onde as fêmeas põem um ovo, que entregam ao macho para incubação e proteção. Mesmo fora da época de nidificação, os pinguins-imperador viajam e alimentam-se em grupos.
Orcas
As orcas ficam com a família a vida toda. Os seus grupos sociais podem variar entre cinco a cinquenta membros. Tal como acontece com os elefantes, criar os filhos é uma atividade do grupo, com os adolescentes a ajudar também a cuidar dos bebés. Os pais ensinam os filhotes a caçar e a partilhar as suas presas com o grupo.
Golfinhos
São mamíferos muito ligados à família, que cuidam extremosamente dos filhos. Sempre que um predador se aproxima – um tubarão, por exemplo –, os jovens golfinhos são conduzidos ao centro do grupo, para maior proteção. Então os adultos trabalham em equipa para afastar o predador, acertando-lhe com os seus narizes. Pode parecer pouco, mas os golfinhos são conhecidos por matar tubarões, uma vez que estes são predadores solitários, enquanto os primeiros andam sempre em grupos.
Os golfinhos são altamente inteligentes e o seu comportamento “carinhoso” solidário não se esgota para com a sua própria espécie: há relatos de terem salvado humanos de ataques de tubarões e de afogamento, e também de ajudarem focas e baleias.