Micro-organismos e invertebrados fazem parte de uma parcela menos visível da floresta, mas que desempenha um papel essencial.
Sabia que o solo é considerado o maior reservatório de micro-organismos do planeta? Um único hectare de solo arável poderá conter até quatro toneladas de micro-organismos! Tratam-se, essencialmente, de bactérias e fungos, imprescindíveis para a saúde e a fertilidade dos solos, logo, também imprescindíveis para a vida na floresta.
Alguns micro-organismos auxiliam na prevenção de pragas e doenças das plantas. Outros têm como função melhorar a fixação de micronutrientes no solo. No geral, são os seres que “dão vida ao solo”, realizando a decomposição da matéria orgânica e transformando-a em compostos inorgânicos, que poderão depois ser utilizados pelas plantas. Em quantidade suficiente, os micro-organismos também agem como biofertilizantes, fazendo uma adubação orgânica e dispensando o uso de químicos.
Uma curiosidade é que, apesar de viverem na terra, vários organismos desta microfauna são, na verdade, aquáticos, pelo que vivem associados à camada de água do solo.
Outros seres vivos de pequena dimensão que habitam as florestas e têm grande importância no equilíbrio global dos ecossistemas são os invertebrados, como insetos, vermes e aracnídeos. Para além da mais óbvia polinização, que associamos imediatamente às abelhas, mas que também é realizada, por exemplo, por formigas, moscas, borboletas e besouros, muitos deles também ajudam à preservação da riqueza do solo (como as minhocas) ou estão associados à presença de linhas de água (como as libelinhas).
A biodiversidade de fauna na floresta é muito mais do que pássaros coloridos, coelhos e lebres saltitantes e uma ocasional cobra ou lagarto mais assustador. Há toda uma camada de vida invisível aos nossos olhos – ou quase –, escondida no solo ou discretamente presente na superfície, que passa despercebida, mas sem a qual a vida das árvores e plantas não seria possível.