Os Correios têm um papel importante na vida das pessoas e das empresas, contribuindo para o desenvolvimento social e económico global.
Hoje, refere a ONU, os correios “são a maior rede logística do mundo” e “desempenham um papel mais relevante do que nunca, fornecendo infraestruturas para o desenvolvimento” e fazendo a sua parte no esforço global de cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
As operadoras postais fornecem acesso a serviços financeiros básicos (pagamentos, transferências de dinheiro e poupança) a cerca de 1,5 mil milhões de pessoas em todo o mundo, refere ainda a ONU. E conclui que “com uma rede que compreende mais de 650.000 escritórios e 5,3 milhões de funcionários em todo o mundo, e um mandato de serviço público de muitos governos, os Correios são incomparáveis na sua capacidade de fornecer serviços a qualquer pessoa, em qualquer lugar”.
Direito à escolha
A campanha europeia “Keep me posted”, que está replicada em Portugal, foca-se em todas as vantagens dos serviços postais para promover o direito dos cidadãos a escolher a forma como recebem informações importantes, tais como documentos das finanças, extratos bancários e declarações de prestadores de serviços, sem qualquer desvantagem.
“Alguns cidadãos preferem receber as faturas e os extratos bancários em papel, por razões de segurança, conveniência ou falta de acesso à internet, ou até falta de conhecimentos de informática. Outros preferem email, por razões práticas. De qualquer modo, é importante que os consumidores tenham direito a escolher”, lê-se no texto da campanha promovida pelos CTT, a Apigraf (Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras do Papel) e a Celpa (Associação Da Indústria Papeleira).
A “Keep me posted” defende que não se penalizem os cidadãos pela preferência em receber a correspondência em papel e que se solicite previamente o seu consentimento antes de se passar ao envio digital.
Vantagens do papel
A preferência pelo papel encontra explicação, por exemplo, em trabalhos científicos que provam uma melhor compreensão, atenção, revisão e memória na leitura em papel face aos meios digitais.
Mas vai além disso. Por exemplo, um relatório(1) de 2019 de uma ONG do Reino Unido dava conta de que, nos 15 anos anteriores, os consumidores tinham sido sobrefaturados por fornecedores de água, energia e telecomunicações no valor de 24,1 mil milhões de libras (mais de 28 mil milhões euros) – sem que, aparentemente, se tivessem apercebido dos lapsos, por não conferirem tão atentamente a fatura. Outros dados referem que 80% das pessoas que recebem extratos em papel verificam as contas, mas, quando se passa para o digital, esta percentagem cai para menos de metade(2), e que os consumidores que não conferem os extratos são menos propensos a identificar transações erróneas ou fraudulentas(3).
O papel tem ainda um lugar destacado na sustentabilidade e na economia circular. Por um lado, é um produto de origem natural e renovável, com base em madeira proveniente de florestas plantadas e replantadas para esse fim, com sistemas de gestão certificados. Por outro, é biodegradável e reciclável, e a indústria que o suporta está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, aposta na descarbonização dos processos e na investigação de bioprodutos que possam substituir os de origem fóssil.
Não é, pois, de estranhar que o resultado de um estudo de análise de ciclo de vida entre uma fatura em papel e uma fatura digital tenha concluído que o papel tem vantagem em 9 das 16 categorias de impacto ambiental, incluindo as alterações climáticas(4).
Cerca de 18% da população residente em Portugal entre os 16 e os 74 anos não utiliza a internet.
(Fonte: INE, 2021)
48% dos consumidores em Portugal preferem receber documentos em papel.
(Fonte: Pitagórica, 2019)