Os portugueses estão entre os cidadãos da União Europeia mais informados sobre as causas e consequências das alterações climáticas. Mas conhecem menos bem as soluções para o problema.
O Banco Europeu de Investimento (BEI) revelou recentemente os resultados da sexta edição do seu Inquérito sobre o Clima. Realizado anualmente desde 2018, envolveu mais de 30 mil participantes, de 35 países das mais industrializadas economias do mundo – incluindo os Estados-Membros da União Europeia, o Reino Unido, os Estados Unidos, a China, o Japão, a Índia e o Canadá. O objetivo é revelar como as pessoas percebem as mudanças climáticas, qual o impacto que o fenómeno tem sobre as suas vidas e o que esperam que os governos façam a esse respeito.
O Inquérito sobre o Clima do BEI centra-se no conhecimento dos cidadãos em três vertentes principais: definições e causas, consequências, soluções. Os inquiridos responderam a 12 questões e foram classificados numa escala de 0 a 10, em que 10 indicava o nível de conhecimento mais elevado.
Globalmente, ou seja, considerando todas as vertentes avaliadas, os portugueses revelaram-se bastante mais bem informados do que a média dos cidadãos europeus: Portugal ocupa a quarta posição entre os 27 Estados-Membros da UE, com uma pontuação de 6,9 (a média da EU foi de 6,37).
A maioria dos inquiridos portugueses (71%) demonstrou conhecer o fenómeno das alterações climáticas, selecionando a sua definição correta: “Uma mudança a longo prazo nos padrões climáticos globais”. Por outro lado, apenas 3% estão convencidos de que se trata de um embuste – de salientar que esta é a mais baixa taxa de negacionistas entre os países da UE. O conhecimento dos portugueses sobre a definição e as causas das alterações climáticas (7,62) é superior à média da UE (7,21).
93% dos portugueses sabe que as alterações climáticas têm um impacto negativo na saúde humana e 91% indicaram, corretamente, que estão a agravar a fome no mundo, pois as condições meteorológicas extremas afetam o rendimento das culturas. No que diz respeito às consequências das alterações climáticas, obtiveram uma pontuação de 8,67, um valor bastante acima da média europeia (7,65).
Soluções para a crise são menos conhecidas
Chegando ao tema das respostas para enfrentar a crise, os portugueses não estão tão bem informados como no que diz respeito à definição, causas e consequências do fenómeno. Os inquiridos nacionais alcançaram, ainda assim, uma pontuação superior à média europeia: 4,40 face a 4,25. Este resultado está, de resto, em linha com a tendência europeia — a maioria dos países obteve resultados mais baixos nesta vertente.
Se é verdade que 82% dos inquiridos portugueses (10 pontos acima da média da UE) têm conhecimento que a utilização de produtos passíveis de reciclagem pode ajudar a atenuar as alterações climáticas, também ficou demonstrado que a maioria não tem conhecimento, por exemplo, da existência de emissões significativas de CO2 relacionadas com a utilização das tecnologias digitais. E apenas 3% sabem que ver menos vídeos online pode contribuir para fazer face à emergência das alterações climáticas.
“O Banco Europeu de Investimento é o Banco do Clima e a ação climática é o desafio decisivo da nossa geração. (…) É muito encorajador observar que os portugueses estão entre os mais bem informados sobre o tema na Europa”, declarou Nadia Calviño, presidente do BEI.
Saiba mais sobre os resultados de Portugal neste inquérito do BEI, aqui.
Portugal está na quarta posição na União Europeia em termos de informação sobre as causas e consequências das alterações climáticas.