As alterações climáticas poderão tornar-se a principal causa de perda de diversidade biológica até 2050. Esta é a principal conclusão de um estudo internacional, que contou com a participação de investigadores portugueses.
Ao longo do século XX, a biodiversidade global diminuiu entre 2 e 11%, devido a alterações no uso dos solos, provocadas sobretudo pela expansão das áreas agrícolas e das zonas urbanizadas. Apesar de estas continuarem a ser, na atualidade, as maiores causas da perda de biodiversidade, o cenário poderá mudar, até 2050, passando as alterações climáticas a ocupar o lugar principal entre os fatores que mais impacto negativo têm na diversidade biológica e na saúde dos ecossistemas.
Esta é a principal conclusão de um estudo, publicado no passado mês de abril, na prestigiada revista científica Science. Se as tendências atuais se mantiverem, alerta o estudo, as alterações climáticas poderão exacerbar os problemas relacionados com as alterações no uso dos solos, levando a um impacto ainda maior na biodiversidade.
Intitulado “Global trends and scenarios for terrestrial biodiversity and ecosystem services from 1900 to 2050” (Tendências e cenários globais para a biodiversidade terrestre e serviços de ecossistema de 1900 a 2050), este é o maior estudo com recurso a modelos climáticos realizado até à data. Foi liderado pelo Centro Alemão de Investigação Integrativa da Biodiversidade (iDiv) e pela Universidade Martin Luther de Halle-Wittenberg (MLU), na Alemanha. O trabalho contou com a participação de vários investigadores portugueses – entre eles, estão Carlos Guerra, docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), e Henrique Pereira, investigador do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto.
Para chegar aos resultados, a equipa de investigação avaliou três cenários amplamente utilizados: um cenário de desenvolvimento sustentável, outro de emissões moderadas de gases com efeito de estufa, e um terceiro de emissões elevadas. Em todos os cenários, a conjugação do impacto das alterações do uso do solo e das alterações climáticas resulta numa perda de biodiversidade em todas as regiões do mundo. Para o docente Carlos Guerra – citado num comunicado divulgado pela Universidade de Coimbra – “este estudo ilustra de forma muito clara os impactos que resultam das ações humanas sobre o planeta e sobre a biodiversidade da qual nós dependemos, e a dimensão das alterações que estão a ocorrer um pouco por todo o mundo”.
O estudo sublinha ainda a importância de ações urgentes e coordenadas para mitigar os impactos das alterações climáticas e proteger a biodiversidade global, essencial para a saúde dos ecossistemas e para o bem-estar humano.
O exemplo da Navigator na proteção da biodiversidade
As florestas plantadas, como as que estão sob a responsabilidade da The Navigator Company, mentora do projecto My Planet, são geridas de forma responsável e combinam a atividade económica com a preservação ambiental. A empresa adota boas práticas de gestão silvícola que garantem a sustentabilidade dos recursos e a promoção da saúde dos ecossistemas. A seleção de espécies nativas e a criação de corredores ecológicos, que estabelecem conexões entre diferentes zonas, bem como a manutenção de zonas de conservação (que são geridas apenas com esse objetivo) são alguns exemplos dessas práticas de gestão.
Além de fornecer abrigo e alimento para diversas espécies, as florestas da Navigator ajudam a conservar a biodiversidade ao integrar zonas de conservação e áreas de produção de forma equilibrada. A Navigator segue rigorosos padrões de certificação ambiental, que asseguram que as práticas de gestão florestal adotadas são sustentáveis e beneficiam tanto a produção quanto a conservação. Nas florestas geridas pela Companhia, estão identificadas, catalogadas, georreferenciadas e protegidas mais de 250 espécies de fauna e aproximadamente mil espécies e subespécies de flora.