Com o fim do verão e início do outono, abre-se a época das vindimas. As uvas estão maduras e prontas para ser colhidas das videiras, para produzir o vinho do ano.
As videiras podam-se em janeiro, em pleno inverno. Os cachos formam-se na primavera, e as uvas ganham cor, aroma e paladar durante o verão. Chegado o outono, é tempo de as colher.
É ali entre setembro e outubro que as uvas apresentam as condições ideais para a produção do vinho. Tem a ver com o seu peso, cor e acidez, e, sem desprimor para as técnicas da enologia moderna, é possível recorrer a um método popular para determinar a melhor altura para vindimar: os pés das uvas começam a ficar murchos e as peles dos bagos a contrair.
Está na altura de reunir os amigos (ou contratar pessoal, dependendo da dimensão) para a vindima. Os cachos são apanhados com a mão ou com a ajuda de uma tesoura, e colocados em baldes, que são depois reunidos num trator para levar para o lagar. Este transporte deve ser feito com rapidez, porque as uvas amassadas, em conjunto com o calor que, normalmente, ainda se faz sentir nesta altura, pode levar a uma fermentação prematura.
Na vindima tradicional, as uvas são pisadas a pé, para libertarem o sumo, e ficam em fermentação. Quando o mosto fica pronto, ou seja, quando todos os açúcares estão transformados em álcool, o líquido é retirado e armazenado em depósitos de madeira, cimento ou inox, até estar próprio para consumo.
É em novembro, no dia de S. Martinho, que devemos provar o vinho novo, bem acompanhado de um prato de castanhas assadas.
Como manda a tradição
Na Herdade de Espirra, propriedade da The Navigator Company, poucos sabem que, além da ocupação florestal e de um dos maiores viveiros da Europa, há também vinha e vinhos premiados. A colheita deste ano já começou no dia 7 de setembro, e prolonga-se durante cerca de um mês. As restrições impostas pela COVID-19 impedem que se abram as portas ao exterior, para a pisa da uva, como é costume, mas o ambiente da apanha continua a ser de animação.
A tradição é rainha, e as uvas são apanhadas à mão e pisadas a pé, sem intervenções mecânicas. A casta predominante é a Castelão, numa vinha com mais de 30 anos, mas há também alguns hectares mais recentes com as castas Aragonez, Touriga Nacional e Alicante Bouschet. Junta-se o envelhecimento em barricas de carvalho francês, e estão reunidos os ingredientes para a produção de um excelente vinho, várias vezes premiado.
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