É como se a Mãe Natureza tivesse acordado um dia decidida a competir lado a lado com os mais célebres pintores pós-impressionistas. Umas pinceladas de cor aqui, outras ali, e assim nasceu o eucalipto arco-íris, uma obra-prima do reino das árvores.
O Eucalyptus deglupta, comummente conhecido como eucalipto arco-íris, é o único eucalipto com distribuição natural nos dois hemisférios, cruzando naturalmente a linha do Equador. Mas, sendo uma espécie pantropical, não tem distribuição em países com climas que não lhe são favoráveis (prospera com temperaturas entre os 20-32°C), como é o caso de Portugal.
À medida que a árvore cresce, a sua casca lisa vai-se desprendendo. Este processo está refletido no seu nome científico, no epíteto específico “deglupta”, que significa, literalmente, “perder a casca”.
Quando uma camada começa a descascar, é revelada uma casca nova, verde brilhante, rica em clorofila. À medida que essa casca envelhece, vai ganhando tons mais escuros de verde, passando depois para variações de azuis, lilases, rosas e laranjas, enquanto começa a separar-se do tronco, terminando num castanho profundo, quase bordeaux.
Esta perda da casca não é uniforme, sendo um processo que acontece em pequenas tiras, em zonas diferentes da árvore, em momentos diferentes. O resultado é um tronco belíssimo, numa profusão de cores estriadas, em padrões que nunca se repetem. As cores da casca intensificam-se com a chuva, tornando-se, quando molhadas, tão nítidas como o mais vivo dos arco-íris.
O porte do eucalipto arco-íris também é impressionante. No seu habitat natural, chega a atingir os 75 metros de altura e quase dois metros e meio de diâmetro do tronco.
É uma árvore cuja estética rouba atenções. Podia perfeitamente ter saído de um livro do Dr. Seuss ou de um filme de Tim Burton, ou fazer parte das aventuras de Alice no País das Maravilhas. Mas é uma obra de arte da Natureza.