O Braille possibilita que as pessoas cegas e amblíopes leiam livros, jornais e revistas. É um sistema tátil, permitindo apreender na ponta dos dedos os significados que outros descodificam com os olhos. Porque ler em papel é importante para todos.
Há quem se pergunte se o Braille ainda é relevante no mundo altamente tecnológico em que vivemos. E a resposta é: claro que sim. As vantagens de ler em papel estão cientificamente estudadas e são válidas para todos, independentemente do grau de acuidade do sentido da visão. Por isso, dizem as Nações Unidas, “o Braille é essencial no contexto da educação, liberdade de expressão e de opinião, bem como de inclusão social, conforme refletido no artigo 2º da Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência”.
Trata-se de uma representação tátil que utiliza seis pontos em alto relevo, dispostos em duas colunas de três pontos cada, que, combinados entre si, resultam em 64 combinações e permitem responder às diversas necessidades de representações escritas, como o alfabeto, a matemática e a música. Estes seis pontos são designados por Célula Braille.
O código foi inventado no século XIX pelo francês Louis Braille, que perdeu a visão aos três anos. Aos 16, baseou-se no sistema de “escrita noturna” de Charles Barbier – que este oficial do exército de Napoleão tinha criado para os soldados pudessem ler mapas e ordens no escuro, sem que as suas lanternas os tornassem um alvo fácil para os inimigos –, simplificou-o bastante e tornou a leitura acessível às pessoas com deficiência visual.
Antes disto, os cegos e amblíopes liam e escreviam usando o sistema Haüy, criado por Valentin Haüy, o fundador da primeira escola para cegos, em Paris, em 1785. O método, que usava letras com relevo, gravadas em papel grosso ou couro, exigia muito treino e permitia apenas que as pessoas lessem, e não que também escrevessem. O código Braille colmatava estas lacunas.
O Braille não é uma língua – não se fala Braille. É um código que pode ser aplicado às diferentes línguas, permitindo às pessoas com deficiência visual ler e escrever num determinado idioma, em papel.
No âmbito da sua ação de Responsabilidade Social Corporativa, a The Navigator Company tem apoiado o projeto “Visão Braille”, edições especiais com seleção de artigos das revistas semanais num formato acessível a invisuais. Com distribuição gratuita e tiragem de 1100 exemplares, estas edições destinam-se a serem disponibilizadas em associações de invisuais, escolas de ensino especial e universidades, bibliotecas e lares de idosos, e são impressas em papel oferecido pela Navigator.