O poder dos livros em papel

17 de Novembro 2020

Num mundo cada vez mais digital, há ótimas razões para ler um livro em papel.

A tecnologia é fantástica, e já nenhum de nós vive sem ela. O mundo à distância de um clique. A informação na ponta dos dedos. A maioria de nós já não saberia o que fazer sem o portátil ou o smartphone. Mas, no reverso da medalha, somos também cada vez mais os que não saberiam viver sem um livro em papel debaixo do braço.

Há algo no simples facto de segurar um livro que nos faz sentir felizes e completos, como se estivéssemos a conter todo um novo mundo nas nossas mãos.

Sentir as páginas, voltar atrás facilmente para entender melhor um ponto, dobrar o canto das nossas partes favoritas, só para as ler novamente quando nos apetecer. E o cheiro. Aquele cheiro que nos faz sentir em casa. Um e-reader… bom, um e-reader não tem nada disto – é apenas um retângulo.

Um livro em papel…

… é uma ótima pausa dos ecrãs

Muitos de nós trabalhamos o dia inteiro a um computador. Depois, em casa, ainda espreitamos o Facebook e o Instagram, pesquisamos alguma coisa online, e vemos televisão. São muitas horas a olhar para ecrãs, porque quereríamos fazê-lo também quando lemos? Os livros são excelentes pausas da imersão digital dos nossos dias.

… não precisa de bateria

Claro que poder ir de férias e colocar o pequeno e leve Kindle na mala, com 50 ou 100 livros para escolhermos ao sabor do momento, tem vantagens. Mas um livro… um livro não precisa de bateria. E quem nunca viu uma história interrompida no melhor da festa porque ficou sem bateria, que atire a primeira pedra. Faz lembrar aquele episódio do Twilight Zone em que a única coisa que o personagem deseja é tempo a sós para ler os seus livros, e consegue-o quando se torna no último homem na Terra – mas depois parte os óculos. Uma tragédia.

… é uma obra de arte

O conteúdo é que nos prende, mas é a “cara” que nos cativa. E alguns livros têm uma aparência fantástica. De clássicas capas duras a belas edições de bolso, são lindos por si só, e ficam ainda mais maravilhosos todos juntos, lado a lado numa prateleira.

Como? Não podemos julgar um livro pela capa? Claro que podemos! Aliás, é exatamente para isso que as capas servem.

O formato da impressão, a fonte do título, o tipo de encadernação, a imagem (ou a falta dela), as eventuais críticas de meios conceituados, todas estas coisas são deliberadamente escolhidas para fornecer informações sobre o que poderemos encontrar nas páginas do livro. Ou seja, há uma grande quantidade de informações logo na capa com as quais podemos fazer um bom julgamento de um livro.

Claro que é apenas uma pequena parte do todo, mas, tal como a forma como nos vestimos e nos apresentamos dá uma ideia de quem somos (ou, pelo menos, de quem queremos mostrar que somos), também é a capa dos livros que cria a expectativa do que vamos encontrar lá dentro. E, com os livros como com as pessoas, só há uma oportunidade de criar uma boa primeira impressão.