São inúmeras as vantagens do turismo na natureza, mas, em tempo de desconfinamento, faz ainda mais sentido privilegiar opções sustentáveis, que são, ao mesmo tempo, um bálsamo para o corpo e para a alma.
Todos ansiamos pela mesma coisa: corpo são em mente sã, num planeta saudável e na companhia dos que amamos. Nesta altura de desconfinamento, há uma forma simples e segura de concretizar todos estes objetivos: turismo sustentável na natureza.
As vantagens do ar livre, para a saúde e o humor, estão mais do que documentadas. Se acrescentarmos às nossas escolhas a preocupação com a sustentabilidade, estamos a garantir um melhor futuro para todos.
É também esse o objetivo das políticas de turismo, com vista à retoma do setor pós-Covid. Por isso, o Turismo de Portugal apresentou o Plano Turismo +Sustentável 20-23, que quer alcançar, em 2023, mais 50% de empreendimentos turísticos com sistemas de eficiência energética, hídrica e de gestão de resíduos, a eliminação de plástico de uso único em 50% dos empreendimentos turísticos de 4 e 5 estrelas, e 25 000 aderentes ao selo Clean & Safe.
Portanto, quando decidir o seu próximo destino, não se esqueça de ter como critério a pegada ecológica da sua escolha. Dessa forma, pode desfrutar em pleno de todos os benefícios que o contacto com a natureza lhe proporciona. Aqui ficam só alguns.
Aliviar o stresse
Só o facto de sair da confusão da cidade e desligar os aparelhos eletrónicos pode fazer muito pelos seus níveis de ansiedade. Mas o soprar do vento na floresta ou o canto dos pássaros também são sons calmantes, com profundos benefícios para o bem-estar. O estudo da Carleton University, publicado este ano, justifica-o assim: “De uma perspetiva de evolução, os humanos estão programados para estar atentos a sinais de perigo e de segurança. Um ambiente cheio de sons da natureza providencia uma sensação de segurança, que nos permite descontrair.”
Combater a depressão
Uma pesquisa realizada para avaliar se a exposição à natureza podia ajudar a contrabalançar os efeitos do tempo passado em confinamento concluiu, em novembro de 2020, que tanto olhar para áreas verdejantes como passear nelas, ajuda a melhorar questões mentais como depressão, sensação de infelicidade, baixa autoestima e solidão.
Pensar melhor
Melhor concentração e memória. É isso que o estudo da Universidade de Illinois considera que se obtém com uma dose regular de verde. Os investigadores avançam mesmo que as crianças diagnosticadas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade concentram-se melhor e têm uma redução geral dos sintomas quando passam algum tempo na natureza. Outro estudo, da Universidade de Kansas, acrescenta que passar alguns dias na natureza também aumenta a criatividade.
Sentir-se mais vivo
É claro que caminhar, ou praticar algum desporto na natureza, vai fazer-lhe bem ao corpo. Mas o que os estudos dizem é que, independentemente do exercício em si, o contacto com espaços verdes durante 20 minutos causa um aumento dos níveis de energia e de vitalidade.
E, quem sabe, viver mais
Fisicamente, há dois benefícios incontestáveis de passar mais tempo no meio da natureza. Por um lado, a vitamina D que o corpo produz, com a exposição da pele aos raios solares por 10 a 15 minutos, é fundamental para ter ossos fortes, combater a diabetes, o cancro e as doenças cardíacas, pois suporta a saúde dos sistemas imunológico e nervoso e o funcionamento do cérebro. Por outro, o ar puro que se inspira melhora a pressão arterial e a respiração: aumenta a oxigenação do sangue e o coração bate menos, por estar mais relaxado.