Conheça a história de cada uma das candidatas e escolha as suas preferidas. Pode votar em duas árvores, o que facilita a vida aos mais indecisos.
Chegou a hora de eleger a árvore que irá representar Portugal no concurso europeu Tree of The Year 2026, que conta com a participação de 22 países.
Este concurso distingue árvores que assumem um papel relevante nas comunidades; aquelas que se tornaram parte da história, da cultura e da memória ao longo de gerações. Mais do que a importância ecológica, a beleza ou a antiguidade, trata-se de mostrar como as árvores podem ser símbolos de identidade, que ligam as pessoas – e aos quais as pessoas se ligam.
Todos podemos participar na eleição, escolhendo as árvores que mais nos inspiram. Este ano, entre as dez concorrentes, temos uma araucária, um plátano, uma árvore-da-borracha-australiana, uma azinheira, uma canforeira, um carvalho, três cedros e um tulipeiro-da-virgínia.
Depois de conhecer cada uma delas, vote na sua favorita até ao dia 7 de janeiro.
Araucária-de-Norfolk, Furnas Árvore do tanque, Viseu
Esta Araucaria heterophylla (Salisb.) Franco, é, literalmente, um dos pontos altos da visita ao Parque Terra Nostra, no Vale das Furnas, ilha de São Miguel, Açores. Mede uns impressionantes 52 metros e está junto ao tanque de água termal, num cenário que realça a sua imponência. Reza a história que foi plantada pelos Viscondes da Praia, no século XIX. A espécie é originária da ilha de Norfolk, Austrália, mas adaptou-se tão bem ao clima e solo dos Açores que se tornou parte da paisagem e da identidade das ilhas.
Árvore do tanque, Viseu
A árvore do tanque é um exemplar de Platanus hispanica Mill., com 200 anos e 43 metros de altura. Este plátano majestoso está na Quinta da Cruz, em Viseu, junto ao antigo tanque de lavar roupa. Atualmente, a quinta é propriedade do Município de Viseu e funciona como Centro de Arte Contemporânea. A árvore do tanque é ponto de paragem obrigatório para os alunos que visitam a quinta, pelo tanto que tem para lhes ensinar.
Árvore Mãe da Casa de Mateus, Vila Real
É um cedro-do-óregão, ou cipreste, com 92 anos, que podemos conhecer nos históricos jardins da Casa de Mateus, em Vila Real. Para além de todo o contexto e beleza em que se enquadra e para os quais contribui, este Chamaecyparis lawsoniana distingue-se por um fenómeno natural inspirador: à medida que os ramos mais baixos crescem, cedem ao seu próprio peso e, ao atingirem o solo, transformam-se em novas árvores – um ciclo de resiliência e de continuidade que os visitantes têm a oportunidade de testemunhar.
Árvore-da-borracha-australiana, Ponta Delgada
No Solar dos Cantos, em Ponta Delgada, um Ficus Macrophylla destaca-se pela sua imponência. O jardim, fundado nos anos 50 do século XIX, tornou-se um espaço de aclimatação para milhares de espécies de inúmeras latitudes. Esta árvore-da-borracha-australiana, também conhecida como figueira-da-austrália, mostra-nos como as árvores podem encontrar, em localizações bem distantes da sua origem, habitats tão favoráveis que lhes permitem tornar-se exemplares icónicos.
Azinheira da Póvoa, Miranda do Douro
No Planalto Mirandês, em pleno Parque Natural do Douro Internacional, a azinheira da Póvoa é um monumental exemplar de Quercus rotundifólia. Com quatro séculos de vida, esta árvore tornou-se um símbolo de longevidade e resiliência, sendo alvo de iniciativas, por parte da comunidade, que visam a sua proteção. Guardiã do ecossistema em que se insere, representa abrigo e alimento para inúmeras espécies de aves, mamíferos, insetos, flora e fungos.
Canforeira de Bencanta, Coimbra
Encontra-se nos jardins da Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Coimbra, onde pode ser contemplada. É um exemplar majestoso da espécie Cinnamomum camphora (L.), com quase 170 anos e mais de 28 metros de altura. Apesar de estar, desde 1969, classificada como Árvore de Interesse Público, enfrenta uma ameaça: o traçado da linha do futuro comboio de alta velocidade.
Carvalho de Calvos, Póvoa de Lanhoso
Com cerca de 500 anos, este carvalho-alvarinho (Quercus róbur) é o mais antigo da Península Ibérica. Encontra-se em Calvos, Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga. A sua resistência e longevidade fizeram dele um ícone que permanece, geração após geração. Inaugurado em 2005, o Centro de Interpretação do Carvalho de Calvos tem contribuído para juntar a comunidade em torno desta árvore ancestral e para dar a conhecer o seu valor aos visitantes.
Cedro de Runa, Torres Vedras
Plantado há cerca de 75 anos junto à igreja, este cedro-do-buçaco (Cupressus lusitânica) é hoje um ponto de encontro e um símbolo de identidade para os habitantes da aldeia de Runa, Torres Vedras. Ao longo de gerações, foi testemunha de momentos marcantes na vida das famílias da comunidade e ofereceu sombra a encontros, reencontros e partidas.
Cedro do Noval, Vila Real Tulipeiro do Palácio, Braga
Tem 165 anos e domina o terraço da Quinta do Noval – produtor histórico de vinhos do Porto –, em Vale de Mendiz, Alijó, Vila Real. É um majestoso exemplar de cedro-do-atlas (Cedrus atlântica) e tornou-se de tal forma emblemático que já deu nome a um vinho. Ponto de encontro e de partilha, é “debaixo do Cedro” que começam todas as visitas à quinta. Também é lá que decorrem as provas de vinho, em dias de sol.
Tulipeiro do Palácio, Braga
No jardim barroco do Palácio dos Biscainhos, em Braga, um monumental tulipeiro-da-virgínia (Liriodendron tulipífera) destaca-se na paisagem. Tem cerca de 300 anos e está classificado como árvore de interesse público desde 2010. Uma árvore que resiste através dos séculos, mostrando como é possível conciliar natureza e património.