Árvore portuguesa do ano: vamos a votos!

15 de Dezembro 2022

No concurso europeu Árvore do Ano 2023, haverá, mais uma vez, uma representante portuguesa. E todos podemos contribuir para a elegê-la. Apresentamos-lhe as 10 monumentais candidatas, entre as quais existe, pela primeira vez, um eucalipto.

Há árvores que são muito mais do que exemplares da sua espécie. São árvores que contam histórias e com as quais as comunidades estabelecem relações, contribuindo, muitas vezes, para a sua identidade e bem-estar. A herança cultural é um dos aspetos fundamentais no concurso europeu Árvore do Ano. Uma iniciativa que não pretende dar relevância apenas à beleza, ao tamanho ou à longevidade das árvores, mas também ao seu valor para as pessoas e ao testemunho histórico que constituem.

A eleição da árvore representante de Portugal no concurso europeu é organizada todos os anos, desde 2018, pela UNAC – União da Floresta Mediterrânica. É no seu site que podemos votar em duas das 10 árvores finalistas desta edição: um eucalipto, uma azinheira, um carvalho, um castanheiro, um metrosídero, um plátano e quatro oliveiras.

A votação decorre até ao dia 5 de janeiro às 23h59. No dia 6, será anunciada a vencedora. Antes de votar, descubra um pouco da história de cada uma das candidatas.

Eucalipto de Contige

Este ano, pela primeira vez, há um eucalipto entre os dez finalistas nacionais. Trata-se do “Eucalipto de Contige”, que pode ser admirado na localidade de Contige, no concelho de Sátão, distrito de Viseu. Da espécie Eucalyptus globulus, foi plantado em 1878 e é considerado, pela Universidade de Aveiro, a maior árvore classificada de Portugal. Tem 43 metros de altura, 34 metros de copa e um impressionante tronco com mais de 11 metros de perímetro. A sua história e dimensão valeram-lhe a classificação, em 1964, de Árvore de Interesse Público.

Situa-se na beira da Estrada Nacional 229, na saída para a E.M. 583. Na época da construção da via foi decidido que o seu traçado contornaria este eucalipto, de forma a preservá-lo.

A candidatura a Árvore do Ano foi apresentada pela Junta de Freguesia de Sátão e visa celebrar a beleza, o tamanho e a idade deste espécime, mas também exaltar a relação histórica que a população local tem com a árvore: “O Eucalipto de Contige tornou-se uma parte maior desta comunidade, engrandecendo relações entre as pessoas, porquanto identifica a freguesia fora do concelho e fora do país”.

Azinheira de Alportel

Classificada como Árvore de Interesse Público em 1942, a “Azinheira de Alportel” é um importante monumento natural de São Brás de Alportel, no distrito de Faro. Está localizada junto da EN2, no Parque da Azinheira Património e calcula-se que tenha 250 anos. À sua sombra têm-se celebrado, gerações após gerações, muitos momentos importantes da comunidade daquela vila algarvia.

Carvalho de Calvos

É considerado o mais antigo carvalho da Península Ibérica e um dos mais velhos da Europa. Terá mais de 500 anos e está localizado na localidade de Calvos, no concelho de Póvoa do Lanhoso, no distrito de Braga. Este carvalho-alvarinho recebeu a classificação de Árvore de Interesse Público em 1997.

Castanheiro Gigante de Guilhafonso

Situado na aldeia de Guilhafonso, no concelho da Guarda, pensa-se este castanheiro seja o resultado da junção de duas árvores cujos troncos, muito próximos, se foram fundindo ao longo do tempo. A sua idade rondará os 500 anos e foi classificado em 1971 como Árvore de Interesse Público.

Metrosídero ou árvore-de-fogo

Da espécie Metrosideros Excelsa, encontra-se em Mafra, no Jardim do Cerco, inserido num espaço classificado como Património Mundial da UNESCO. É uma árvore com 200 anos e muita história. Terá sido proveniente de uma das expedições marítimas de D. Fernando II, que a mandou plantar naquele jardim. Já serviu de cenário a inúmeras séries televisivas.

Oliveira de Casais de São Brás

A sua idade está calculada em três mil anos. Está localizada junto à Capela de Casais de São Brás, no concelho de Santarém, município que apresentou a candidatura. Foi considerada Árvore de Interesse Público em 1993 e apresenta um multitronco dividido em três. Os troncos retorcidos e com inúmeras cavidades unem-se numa copa comum, densa e frondosa.

Oliveira dos Faraós

No lugar de Cascalhos, em Mouriscas, no concelho de Abrantes, podemos encontrar esta oliveira que impressiona pela sua idade. Um estudo realizado recentemente pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro veio atestar que este exemplar da espécie Olea europaea L. tem 3350 anos. Em Mouriscas, é associada à época dos Faraós.

Oliveira Milenar

Está localizada em Lagoa, no Algarve, numa propriedade de enoturismo, mantendo-se na mesma família há 300 anos. Estima-se que terá aproximadamente dois mil anos, pelo que não é tratada apenas como mais uma oliveira. Tornou-se um local nobre da propriedade e a sua copa oferece sombra às provas de vinho que ali acontecem diariamente.

Oliveira Real

Quem passa férias no Aldeamento Pedras d’el Rei, em Tavira, recorda-se, com certeza, desta oliveira. Calcula-se que tenha 2226 anos, ou seja, foi plantada no tempo dos romanos. A parte interior do seu tronco retorcido é oca e deu lugar a um espaço circular com 1,30 m de diâmetro. Foi classificada como Árvore de Interesse Público em 1984.

Plátano do Palácio Anadia

Com cerca de 300 anos de idade, o plátano que domina o pátio central do Palácio Anadia, em Mangualde, no distrito de Viseu, recebe com impacto quem ali chega. Desde o Séc. XVIII que assim é. Esta é uma árvore que atravessou épocas, oferecendo sombra quer aos senhores que chegavam da caça, nos primórdios da história da casa senhorial, quer aos visitantes que hoje vêm conhecer a arquitetura e os interiores do edifício Barroco, ou participar numa prova de vinhos da região demarcada do Dão.