A Humanidade precisa de parar a desflorestação, plantar mais florestas e gerir as que existem de forma sustentável. Pela sua capacidade de armazenar carbono, estes ecossistemas são aliados incontornáveis no combate às alterações climáticas.
As florestas desempenham um papel crucial na regulação do clima da Terra, atuando como verdadeiros “pulmões” do planeta. Elas são determinantes na mitigação dos efeitos das alterações climáticas, pois são responsáveis pela absorção de grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera. É o chamado “sequestro de carbono”, processo fundamental para manter o equilíbrio do “ciclo de carbono”, do qual depende a saúde do nosso planeta.
Neste ciclo, o CO2 é trocado entre a atmosfera, os oceanos, a biosfera terrestre, e a litosfera (a crosta terrestre). Trata-se de um dos ciclos biogeoquímicos mais importantes da Terra – o carbono é um componente-chave de todos os organismos vivos e o equilíbrio de CO2 é vital para regular o clima do planeta, através do efeito estufa, e para a sustentação da vida. Desvios neste ciclo, particularmente através da intensificação das atividades humanas, têm um impacto significativo no clima global e nos sistemas naturais.
As florestas capturam CO2 da atmosfera através da fotossíntese, um processo no qual as árvores e outras plantas utilizam a energia do sol para converter o CO2 em oxigénio e biomassa (como troncos, folhas e raízes). Este carbono é armazenado nas árvores, no solo e na vegetação durante décadas ou mesmo séculos.
O carbono nas florestas do mundo
Segundo o relatório “Global Forest Resources Assessment 2020” (FRA 2020), da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), o stock de carbono acumulado nas florestas do mundo é de 662 mil milhões de toneladas. O que significa que em cada hectare de floresta estarão armazenadas cerca de 163 toneladas de carbono, “arrumadas” da seguinte forma:
👉 45% na matéria orgânica do solo;
👉 Perto de 40% na biomassa viva que se encontra acima do solo e nas raízes;
👉 E cerca de 10% na biomassa morta, ou manta morta – constituída por ramos e folhas que caem das árvores.
O problema é que há fatores que condicionam e ameaçam o desempenho das florestas no que diz respeito a este “superpoder”, contribuindo para a redução dos seus stocks de carbono. Entre 1990 e 2020, ainda segundo o FRA 2020, a área florestal global terá perdido cerca de 178 milhões de hectares, o que se traduziu numa redução do stock de carbono de cerca de 6,3 Gt (de 668 Gt para 662 Gt). Esta diminuição deveu-se, principalmente, à degradação e à desflorestação, com a finalidade de aumentar as áreas para a agricultura e para a urbanização.
O facto de a Humanidade não estar a reduzir as emissões de CO2 ao ritmo que deveria – para limitar o aquecimento global e cumprir as metas climáticas do Acordo de Paris – agrava o problema e torna ainda mais urgente investir em programas de florestação e de reflorestação, bem como de aumento da área sob gestão sustentável.
A importância da gestão sustentável´
Para maximizar o potencial das florestas como sumidouros de carbono, e reduzir esta diferença entre sequestro e emissões, é crucial promover práticas de gestão sustentável. Isto inclui investimento na reflorestação, na proteção das florestas existentes e na implementação de estratégias para a prevenção de incêndios.
Em Portugal, a The Navigator Company, mentora do projeto My Planet, gere uma área de 107.871 hectares de floresta, 100% certificada pelos principais sistemas internacionais de certificação florestal. As práticas de gestão da empresa permitem não só a produção responsável de pasta e papel, mas também o sequestro de 6,2 milhões de toneladas de CO2 nas suas florestas, contribuindo para os esforços nacionais de mitigação das alterações climáticas.
Além disso, é importante reconhecer o papel das florestas não só como sequestradoras de carbono, mas também como motores da bioeconomia e guardiãs da biodiversidade. Incentivar a utilização de produtos de base florestal sustentáveis e promover a educação ambiental são passos essenciais para garantir que estes ecossistemas continuem a desempenhar o seu papel vital na luta contra as alterações climáticas.
Para maximizar o potencial das florestas como sumidouros de carbono, é crucial promover práticas de gestão florestal sustentável.