Em casa ou no escritório, a qualidade do ar que respiramos nem sempre é boa. Mas há plantas que podem tornar-se verdadeiros filtros purificadores.
A qualidade do ar interior, dentro de casa ou no local de trabalho, pode comprometer a nossa saúde. A deficiente conservação de sistemas de climatização, ou uma limitada entrada de ar exterior, são habitualmente os primeiros “culpados” e responsáveis pelo aparecimento de vários sintomas bem conhecidos. Nada substitui a boa manutenção e projetos adequados nos edifícios, mas há um aliado inesperado que podemos ter sempre “à mão”: plantas que “filtram” o ar.
A Síndrome do Edifício Doente foi descrita pela primeira vez em 1982 pela Organização Mundial de Saúde e manifesta-se com um conjunto de sintomas. Dores de cabeça, cansaço, letargia, prurido nos olhos, irritação no nariz e garganta, comichão na pele e falta de concentração são alguns desses sinais.
As medidas de saúde pública e de manutenção de edifícios são fundamentais e encontram-se regulamentadas, por forma a mitigar as consequências dos espaços interiores com deficiente qualidade do ar. No entanto, existem outras ações mais simples que podemos promover em paralelo para tornar mais puro o ar que respiramos. E uma delas é a de recorrer a plantas específicas, que são verdadeiros filtros naturais.
Em 1989, a NASA desenvolveu um estudo em que avaliou a capacidade purificadora de algumas espécies. Para além de reterem dióxido de carbono e libertarem oxigénio pela fotossíntese, como fazem todas as plantas, estas têm também o “poder” de reter químicos como o benzeno, o formaldeído e o tricloroetileno, entre outros. Trata-se de toxinas que podem ser libertadas com o uso de alguns produtos de limpeza, mas também de determinados materiais de construção ou decoração, bem como de eletrodomésticos e aparelhos eletrónicos.
Conheça as plantas com maior capacidade purificadora. E, sempre que o espaço permitir, junte um conjunto de diferentes tipos, já que nem todas são igualmente eficazes com todos os poluentes.
Jibóia ou hera-do-diabo (Epipremnum aureum)
Da família Araceae, é nativa da Polinésia Francesa e tornou-se uma das plantas de interior mais comuns. É uma planta pendente ou trepadeira, muito resistente e fácil de cuidar, adaptando-se a diversos ambientes. É eficaz na retenção de benzeno, formaldeído, tricloroetileno, xileno e tolueno.
Lírio-da-paz (Spathiphyllum ‘Mauna Loa’)
Da família Araceae, é uma planta de interior muito popular. Foi considerada uma das espécies mais eficazes na remoção de benzeno, formaldeído, tricloroetileno, monóxido de carbono e vários outros poluentes. É bastante resistente, não precisando de muita água ou luz.
Crisântemo (Chrysanthemum morifolium)
Da família Asteraceae, o crisântemo tem uma flor muito apreciada, havendo inúmeros tons de pétalas à escolha. Acrescenta cor à casa, na altura da floração, que ocorre no outono. É capaz de retirar do ar benzeno, formaldeído, tricloroetileno, amônia, xileno e tolueno, entre outros poluentes. Além disso, tem um efeito inseticida natural sobre mosquitos, baratas e moscas.
Hera-inglesa (Hedera helix)
É uma espécie trepadeira e tem um forte poder purificador do ar. Pertence à família Araliaceae. Além dos vários poluentes como benzeno, formaldeído, tricloroetileno, consegue limpar do ar o fumo de tabaco.
Espada-de-São-Jorge (Sansevieria laurentii)
É uma das mais resistentes plantas de interior. Não precisa de muita luz solar, nem de regas frequentes. É originária de África e pode suportar temperaturas extremas. Da família Ruscaceae, tem um grande poder purificador. Retém benzeno, xileno, formaldeído e também o tolueno e o tricloroetileno.