Mesmo quando os bebés não parecem seus filhos, as mães adoram-nos. Fomos conhecer alguns filhotes que nascem assim, com o seu estilo “alternativo”.
O caso do patinho feio que se transforma num belo cisne é sobejamente conhecido. Mas há muitos outros exemplos de filhotes que não se assemelham nada aos adultos da sua espécie. O amor de mãe é incondicional, pelo que tais dissemelhanças não constituem problemas. Pelo contrário, quase sempre a natureza tem uma boa razão por trás da aparência surpreendente com que certos filhos vêm ao mundo.
Anta (Tapirus terrestris)
É o maior mamífero brasileiro e pode pesar até 300 kg. Os pais têm um pelo curto, castanho-escuro, mas os filhotes nascem com uma pelagem às riscas e manchas brancas, o que os faz parecer “fora do baralho”. Esse padrão desaparecerá até os oito meses de vida e pensa-se que serve de camuflagem para proteger as crias no meio das folhagens da floresta. O ciclo reprodutivo é muito lento – uma gestação pode durar mais de um ano para apenas um filhote –, pelo que é realmente importante proteger estes bebés sarapintados!
Panda (Ailuropoda melanoleuca)
Ao nascer, o filhote panda é cor-de-rosa e minúsculo, enquanto a mãe é um gigante em preto e branco. As crias vêm ao mundo quase sem pelo e cegas, como se tivessem nascido antes do tempo. Pesam pouco mais de 100 g e são muito frágeis e dependentes da mãe. O desmame acontece apenas entre os oito e os nove meses de vida.
Rã-europeia (Rana temporaria)
Quando saem dos ovos, as rãs em nada se parecem com rãs. São os chamados girinos. Têm forma de peixe, uma longa cauda e não têm membros. Até no modo de respirar são diferentes dos adultos da sua espécie: possuem brânquias externas, que serão absorvidas e darão origem a brânquias internas, e que, mais tarde, serão substituídas por pulmões. Quando já possuem pulmões e membros, estão aptos a sair da água e, então sim, depois de um longo processo de transformação, ficam parecidos com as mães.
Macaco-folha-prateado (Trachypithecus cristatus)
Os adultos têm uma pelagem cinzenta-escura com alguns pelos mais claros, que lhes dão um tom grisalho ou prateado. Por isso, é surpreendente a cor dos macaquinhos quando nascem: um cor-de-laranja vivo e brilhante, que mantêm por quatro a cinco meses. A partir dessa altura, o pelo começa a mudar de cor para o cinza prateado da idade adulta.
Abutre-real (Sarcoramphus papa)
Quase todas as aves quando nascem têm um aspeto bastante diferente dos progenitores. Mas o abutre-real leva bem longe essa particularidade. Os filhotes parecem bolas de algodão com uma pequena cabeça escura, enquanto os pais têm o bico, a cabeça e o pescoço muito coloridos, ostentando tons vivos de laranjas, amarelos e azuis.
Bufo-real (Bubo bubo)
As crias do bufo-real são uns tufos despenteados de penugem cinzenta. Não fora a cor dos olhos e nada teriam que permitisse identificá-los com os progenitores. Estes são grandes aves de rapina noturnas, com dois penachos na cabeça (uma espécie de orelhas), e uns grandes olhos cor de laranja que lhes dão um ar temível. As penas são escuras, mescladas em tons de castanhos e amarelados.
Foca-harpa (Pagophilus groenlandicus)
As focas bebés são conhecidas pelo seu pelo fofo cor de neve, enquanto os adultos têm uma pele lisa num tom cinza prateado. Mas antes de ganharem essa penugem impressionantemente branca, que as tornou famosas, as crias de foca nasceram com o pelo amarelo, devido ao líquido amniótico. Só dois a três dias depois do parto é que perdem o tom amarelado.