Concretização dos ODS em risco

17 de Outubro 2023

A meio do prazo de cumprimentos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, a concretização de alguns pode estar comprometida. A COP 28, que se realiza no Dubai entre 30 de novembro e 12 de dezembro, terá um papel decisivo.

Nasceram de um compromisso coletivo de melhorar as condições de vida para todas as pessoas no planeta e são um importante farol para orientar as ações e políticas em direção a um futuro mais sustentável e inclusivo. Erradicar a pobreza e a fome, promover a educação, a saúde, a proteção da vida marinha e terrestre, e o acesso à água potável fazem parte da lista dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – expressos na Agenda 2030 – que a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu em 2015. Mas a sua concretização está em risco, muito por causa das alterações climáticas e dos fenómenos climáticos extremos.

O mais recente relatório “Unidos na Ciência” (2023), coordenado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), conclui que apenas 15% dos ODS parecem estar a caminho de serem concretizados a tempo e que existe até uma regressão em alguns deles.

O documento é esclarecedor: a probabilidade de a temperatura média global próxima da superfície exceder temporariamente 1,5 graus acima dos níveis pré-industriais nos próximos cinco anos é já de 66%. Para limitar este aquecimento, é urgente que as emissões globais de gases com efeito de estufa sejam reduzidas em 45% e as emissões de dióxido de carbono (CO2) têm de se aproximar do zero até 2050.

ODS

Próximos meses serão decisivos

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável refletem um esforço global e o compromisso de líderes e empresas em trabalhar coletivamente para enfrentar os desafios atuais e criar um mundo melhor para as gerações presentes e futuras. Para isso, é preciso pôr fim “à guerra sem sentido contra a natureza” e “passar das palavras à ação”, como afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante a Cimeira dos ODS, que decorreu em setembro, em Nova Iorque.

Num discurso inflamado, mas sem perder o tom de esperança, António Guterres instou os líderes mundiais a não cruzarem os braços e a reescreverem o futuro: “Ainda podemos limitar o aumento da temperatura global em 1,5 graus. Ainda podemos construir um mundo de ar puro, empregos ‘verdes’ e energia limpa acessível para todos”, acrescentou.

Nesta Cimeira, os representantes dos 193 Estados-membros da ONU adotaram, de forma unânime, uma declaração política para acelerar o cumprimento dos ODS e acordaram um fundo de 500 mil milhões de dólares por ano (468,8 mil milhões de euros), de modo a melhorar o acesso dos países em desenvolvimento ao financiamento necessário para avanços nos ODS.

Os próximos meses serão, assim, decisivos. O secretário-geral das Nações Unidas apelou aos líderes internacionais que cheguem à COP 28 – que se realiza entre 30 de novembro e 12 de dezembro, no Dubai –, com propostas e planos concretos, de modo a ajudar os países mais pobres a alcançar uma transição justa e equitativa para as energias renováveis.

A The Navigator Company, mentora do projeto My Planet, é indicada como exemplo de boas práticas pela segunda edição do Observatório dos ODS nas Empresas Portuguesas. Relativamente à “Estruturação de casos práticos associados aos ODS”, com o acordo com a P2X Europe para produção de combustível verde para a aviação, o relatório destaca a transparência da Navigator, fazendo referência à “menção clara das metas da Agenda 2030 para as quais pretende contribuir, para além da menção aos ODS correspondentes”; à “identificação do desafio que a empresa pretende solucionar”; à “explicação da metodologia utilizada para resolver o problema”; e à “referência aos objetivos que se pretende atingir, bem como consequências positivas associadas à prática em questão”. No que diz respeito à “Comunicação de casos práticos core ao negócio”, o Observatório dos ODS nas Empresas Portuguesas destaca o papel da Navigator na conservação e promoção da biodiversidade, com o Projeto Zambujo reCover, através do qual a companhia contribui para a requalificação florestal e proteção de solos portugueses, focando-se no ODS 15 (Proteger a Vida Terrestre).