Crianças mais amigas do ambiente

1 de Junho 2021

A educação em prol do ambiente está na ordem do dia e é uma tarefa que pais e professores abraçam com empenho. Resultado: as nossas crianças estão mais ecológicas e mais interventivas. Mas é preciso continuar.

Os mais novos já integram, com facilidade e naturalidade, práticas amigas do ambiente no seu dia-a-dia. “Temos uma geração mais alerta, responsável e interventiva”, garante Margarida Gomes, operadora nacional do Eco-Escolas, um programa da Foundation for Environmental Education, desenvolvido em Portugal pela Associação Bandeira Azul da Europa, que promove e apoia trabalhos de educação ambiental nas escolas.

Helena Freitas, professora catedrática de Ecologia e coordenadora do Centro de Ecologia Funcional no Departamento de Ciências da Vida na Universidade de Coimbra, refere que “há uma mobilização crescente dos mais jovens para práticas e escolhas sustentáveis, e uma maior perceção dos problemas ambientais que as sociedades enfrentam à escala planetária”, diz, justificando que “as crianças apreendem rapidamente a linguagem simples da sustentabilidade: consumimos mais recursos do que aqueles de que dispomos, produzimos mais resíduos do que aqueles que o meio ambiente suporta, perdemos biodiversidade, e redistribuímos de forma cada vez mais desigual os benefícios dos recursos planetários”.

As crianças são uma geração mais responsável e amiga do ambiente, mas é preciso continuar o trabalho, garantindo que os bons hábitos seguem na idade adulta. Pais e escola têm aqui um papel fundamental, devendo educar pelo exemplo e envolver as crianças nas escolhas, de forma a responsabilizá-las, mas não podem ter exclusividade nesta missão.

“A educação para a sustentabilidade é um desafio coletivo, devendo envolver de forma cúmplice toda a sociedade”, defende Helena Freitas, que faz parte do comité Adaptation to Climate Change, including Societal Transformation, do programa europeu Horizon, e é cátedra Unesco em Biodiversity Safeguard for Sustainable Development. “O envolvimento das crianças é essencial, mas educá-las para a sustentabilidade passa por colocar este desígnio no centro das políticas e das práticas educativas e na própria sociedade”, diz, salientando que “o papel do poder político é indispensável, através de políticas públicas impulsionadoras da mudança e suficientemente consistentes para garantir um quadro credível de continuidade”.

Esta especialista, que participou na redação do Referencial de Educação Ambiental para a Sustentabilidade da Direção-Geral da Educação, lembra ainda que “o desafio da sustentabilidade depende cada vez mais das sociedades que têm acesso a educação e qualificação profissional, e à participação livre e democrática nos processos de decisão”. Por isso, conclui, “a política educativa para a sustentabilidade é estruturante e decisiva”.

Aprender a valorizar a floresta

Nesta missão que é de todos, a The Navigator Company faz a sua parte sensibilizando os mais novos para a importância de proteger a floresta, através do projeto “Dá Mão à Floresta”. Lançado em 2011, Ano Internacional da Floresta, este projeto de responsabilidade social e ambiental trabalha em estreita ligação com a comunidade escolar para sensibilizar as crianças para a valorização da floresta e da natureza e, ao mesmo tempo, para a necessidade de preservar o meio ambiente e de adotar hábitos de vida saudáveis.