A 25 de setembro, Portugal passa a assinalar uma data que promove o bem-estar social, económico e ambiental, através da implementação de modelos de desenvolvimento sustentáveis. O contributo da floresta é um ótimo exemplo.
O termo “sustentabilidade” deriva do latim “sustentare”, que significa defender, favorecer, apoiar e cuidar. Em junho passado, Portugal oficializou, em resolução do Conselho de Ministros, a importância deste conceito, instituindo o Dia Nacional da Sustentabilidade a 25 de setembro, a data em que, no ano de 2015, a Organização das Nações Unidas revelou os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) que devem ser implementados por todos os países até 2030.
Para assinalar a efeméride, recordamos a contribuição fundamental da floresta para enfrentar os desafios globais nos três eixos em que a sustentabilidade é abordada: proteção ambiental, equidade social e viabilidade económica.
Reduto ambiental
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), as florestas albergam mais de 60 mil espécies de árvores, são habitats de 80% das espécies de anfíbios, 75% das de aves e 68% das de mamíferos. E por libertarem oxigénio e serem o principal sumidouro terrestre de carbono, o gás que mais contribui para o aquecimento global, desempenham um papel crítico na qualidade do ar que respiramos. Mas os seus benefícios ambientais alargam-se também a outros serviços, como a manutenção da disponibilidade de água e de nutrientes do solo, e a proteção da erosão.
No caso das florestas de produção bem geridas e integradas na paisagem, o contributo para o desenvolvimento sustentável passa ainda pela produção de bens de origem natural e renovável, recicláveis e biodegradáveis, reconhecidos como uma solução para mitigar as alterações climáticas e fazer a transição para uma bioeconomia circular em harmonia com a natureza, substituindo materiais de base fóssil.
Em Portugal, a espécie eucalipto globulus demonstra um enorme potencial para o setor da bioeconomia de base florestal. As características únicas da sua fibra permitem utilizações em áreas que vão dos biocombustíveis e bioenergia aos bioprodutos farmacêuticos e cosméticos, passando por materiais de construção, biofertilizantes e bioplásticos.
Valor socioeconómico
A FAO estima que os produtos florestais forneçam alimento e rendimento a cerca de 20% da população global, especialmente nos segmentos vulneráveis da sociedade. E que, a nível mundial, as florestas plantadas – que representam apenas 7% da área total de floresta – respondam a mais de um terço das necessidades globais de madeira.
Os dados nacionais revelam que a atividade florestal, para além de contrariar a tendência de abandono do território, promovendo o desenvolvimento das comunidades rurais, e de mitigar os riscos de incêndio inerentes à floresta sem gestão ativa, representou, em 2021, 2,31% do emprego nacional, empregando mais de cem mil pessoas, com a fileira do eucalipto a ser responsável por cerca de 55 mil postos de trabalho.
Em termos de volume de negócios, as indústrias nacionais com base em matérias-primas florestais (madeira e cortiça; pasta, papel e cartão; mobiliário e colchões) contribuíram para 5,1% do Produto Interno Bruto, em 2021. Já em 2022, as exportações florestais aumentaram, pelo segundo ano consecutivo, contribuindo para um excedente da balança comercial de 3,3 mil milhões de euros, valores recordes que demonstram a importância do setor florestal no comércio internacional: representou 9,1% das vendas ao exterior, com o subsetor da pasta e papel a assegurar cerca de 50% do total.
A importâncias das florestas para as metas europeias de desenvolvimento sustentável está, aliás, reconhecida e expressa na Estratégia de Biodiversidade da União Europeia para 2030, que se compromete com a plantação, até lá, de pelo menos, mais 3 mil milhões de árvores no território.
Agenda 2030 da The Navigator Company
A The Navigator Company (mentora do projeto My Planet), que gere em Portugal mais de 106.000 hectares de floresta, desenvolveu a sua Agenda 2030 de Negócio Responsável, uma matriz conceptual e operacional que guia a Companhia perante os desafios e as oportunidades da década.
Construída com base no referencial dos ODS das Nações Unidas, estabelece um caminho no qual a Navigator valoriza este papel crucial das florestas plantadas e bem geridas na transição de um modelo fóssil e linear para um modelo de bioeconomia circular de base florestal.
O compromisso transversal e continuado da Navigator para com a sustentabilidade e a inovação, dois dos seus valores históricos, traduz-se, assim, no cuidado que a empresa dedica à floresta, através de uma gestão ativa de todos os seus recursos e potencialidades, promovendo e compatibilizando a geração de valor ambiental, social e económico.