Estudar melhor

20 de Outubro 2020

Num ano atípico para todos os estudantes, independentemente do grau de ensino, deixamos algumas dicas para entrar no ritmo de estudo a tempo dos testes do primeiro período.

Confiar no papel
Laptops e tablets são convenientes e portáteis, mas os materiais impressos tradicionais ainda têm vantagem quando se trata de estudar.
A utilização de um documento físico impresso para folhear e procurar informações utiliza dois dos nossos principais sentidos, a visão e o toque. E isso mantém-nos mais envolvidos enquanto percorremos a quantidade de dados que estamos a tentar digerir.
Fazer as nossas anotações no papel também ajuda a absorver as informações: em vez de um simples copy-paste, escrever os conhecimentos de que precisamos leva mais tempo, tempo esse em que estamos a pensar sobre o assunto, pelo que aumentam as probabilidades de nos lembrarmos dessas informações no futuro.

Ouvir música
Ainda que a capacidade de concentração em silêncio seja uma preferência pessoal, muitos especialistas concordam que pôr a tocar certos tipos de música, nomeadamente instrumentais, pode envolver no estudo partes do cérebro que ajudam a prestar atenção e a fazer conexões. Além de que ouvir música melhora o humor, e, só por isso, pode contribuir para encarar o estudo com uma atitude mais positiva.

Fazer exercício
Os benefícios do exercício físico para o cérebro estão bem estabelecidos, com vários estudos a demonstrarem o impulso que a nossa capacidade cerebral ganha, mesmo após um treino curto. Por isso, pôr os músculos a trabalhar antes de atacar os livros pode tornar-nos mais alerta, mais recetivos e mais capazes de aprender novas informações.

Relaxar
O stress atrapalha a capacidade de aprender, podendo mesmo libertar hormonas que transtornam o processo de criação e armazenamento de memórias. Por isso, ao longo da sessão de estudo, convém fazer pequenas pausas, para respirar fundo, espreguiçar, alongar, beber um chá de ervas…, diminuindo assim o stress.

Rever a matéria antes de dormir
O processo de consolidação da memória faz o seu melhor trabalho durante uma fase particular do sono conhecida como “sono de ondas lentas”. Por isso, rever os apontamentos antes de ir para a cama pode ajudar a aprender… enquanto dormimos.

Contrariar a curva do esquecimento
Os cientistas começaram a explorar a “curva do esquecimento” em 1885, quando o alemão Hermann Ebbinghaus apresentou a sua teoria ao mundo. Mas o conceito continua útil para os hábitos de estudo de hoje. O princípio que lhe está subjacente é que, à medida que o tempo passa, o nosso cérebro perde capacidade de reter informação. Por exemplo, se assistirmos a uma aula de manhã, ao final do dia lembramo-nos, em média, de 75% do conteúdo. Cerca de 24 horas mais tarde, recordaremos apenas 50%, ou menos, dependendo da densidade das informações. Passado um mês, lembrar-nos-emos apenas de 3% a 5% do que ouvimos. Isto, claro, se não voltarmos a pegar na matéria. Porque se a formos revendo a partir do momento que aprendemos, o cérebro fixa, e de forma cumulativa! Ou seja, vamos precisando cada vez de menos tempo de revisão para nos lembrarmos de tudo o que aprendemos. É por isso que é recomendável fazer este tipo de estudo “intervalado”, em vez de “amontoado”, ou seja, recomenda-se que os alunos estudem mais perto do dia em que aprenderam a matéria, por oposição a estudarem tudo de uma vez mais perto do teste.