Floresta, amiga do solo

5 de Dezembro 2022

Muito mais do que o nosso chão, o solo é a nossa fonte de alimento. Por isso, o seu estado atual de degradação é uma ameaça global ao bem-estar humano. A propósito do Dia Mundial do Solo, descubra o papel fundamental da floresta na sua proteção.

Numa colher de sopa de solo existem mais micro-organismos do que pessoas no planeta. A imagem dá uma ideia da riqueza invisível que a camada superficial da Terra contém. Uma riqueza da qual dependem o equilíbrio dos ecossistemas terrestres e a sobrevivência da Humanidade. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), 95% dos alimentos têm origem nos solos, sendo que 33% destes estão degradados.

É neste contexto que foi escolhido o tema do Dia Mundial do Solo 2022, que se celebra a 5 de dezembro: “Solos: onde os alimentos começam”. O objetivo é aumentar a consciência sobre a importância do solo e os desafios da sua proteção e boa gestão para o bem-estar humano.

É impossível falar de proteção do solo sem falar de floresta, uma vez que as árvores desempenham um papel fulcral na prevenção da erosão e da evaporação excessiva. As suas copas são um “protetor solar” do solo e, ao mesmo tempo, um “guarda-chuva” e um “corta-vento”. Mas as suas raízes também têm uma função importante, pois permitem um maior arejamento e uma maior infiltração da água. Ao proteger o solo, a floresta torna-se ainda mais determinante no combate às alterações climáticas, uma vez que os solos florestais são também um dos mais importantes reservatórios de carbono do planeta.

As florestas têm uma influência decisiva na contenção da erosão e representam um menor risco de degradação face a outros tipos de cobertura vegetal e usos do solo. E as florestas plantadas, se bem geridas, mantêm e promovem todas estas funções protetoras.

É o que acontece nas florestas certificadas e geridas de forma sustentável, como as que estão sob a responsabilidade da The Navigator Company, mentora do projeto My Planet. Aqui, as melhores práticas silvícolas aliam-se a técnicas de referência, como a zonagem. Uma metodologia criada pelo RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel, que permite a categorização edafoclimática (solo e clima) do terreno, de forma a adaptar as características de cada solo ao planeamento das novas plantações de eucalipto. O RAIZ é a única instituição na Europa que desenvolve esta técnica para uma espécie específica, com vista à produção florestal, e a The Navigator Company é a única empresa a aplicá-la em Portugal. Assim, é possível conciliar a produção florestal com a manutenção ou melhoria da qualidade do solo e restantes funções ecológicas dos ecossistemas.

As ameaças à saúde dos solos

A degradação dos solos vem de diferentes ameaças que surgem da sua má gestão: a erosão, a perda de matéria orgânica, a acidificação, a perda de nutrientes e a compactação. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) adotados pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2015, perspetivam o estabelecimento de sistemas sustentáveis de produção vegetal para se atingir o progressivo aumento da qualidade do solo.

Segundo a FAO, “a gestão dos solos é sustentável quando se mantêm ou melhoram os serviços de suporte, de aprovisionamento, de regulação e culturais que os solos proporcionam, sem comprometer significativamente as funções do solo que tornam possíveis esses mesmos serviços ou a biodiversidade”.

Ao proteger o solo, a floresta torna-se ainda mais determinante no combate às alterações climáticas, uma vez que os solos florestais são também um dos mais importantes reservatórios de carbono do planeta.