Inovação nacional: da nossa floresta para o mundo

18 de Abril 2024

Embalagens para uso alimentar feitas de celulose moldada e pranchas de surf construídas com cortiça – dois exemplos de como a floresta portuguesa, através da inovação, está a levar Portugal cada vez mais longe.

Portugal é um país com uma imensa capacidade de inovar e não faltam exemplos a comprová-lo. Temos criatividade, conhecimento e vontade. E temos matéria-prima de excelência, assente numa floresta que ocupa mais de um terço do território e que fornece recursos naturais essenciais para prosperarmos.

Com um compromisso renovado com a sustentabilidade e a inovação, a floresta permite ao país assumir uma posição de liderança internacional nos setores da pasta para papel, papel e cortiça.

Para além dos conhecidos produtos de excelência, como o papel de impressão e escrita da The Navigator Company, mentora do projeto My Planet, ou as rolhas de cortiça da Corticeira Amorim, têm surgido mais recentemente inúmeras novos produtos e aplicações inovadoras para materiais que têm origem na nossa floresta. Descubra alguns deles, numa combinação única de tradição, inovação e qualidade.

Embalagens de celulose moldada a partir de fibra de eucalipto

A marca gKRAFT, que representa a entrada, em 2021, da The Navigator Company no setor da embalagem, vai ter uma nova gama de embalagens de celulose moldada destinada ao mercado de food service e food packaging. É a primeira vez, a nível mundial, que serão produzidas embalagens deste material a partir de fibra de eucalipto. Denominada Bioshield, esta nova gama é mais uma resposta da Companhia à necessidade urgente de substituição dos plásticos de uso único, de origem fóssil, que dominam o setor da embalagem.

Papel tissue com poderes especiais

Quando, em 2015, a Navigator entrou no mercado do papel tissue, investiu num intenso trabalho de investigação científica, que deu origem a produtos disruptivos e marcados pela inovação. Como o rolo de cozinha Amoos Calorie Control, com microalvéolos criados para aumentar a eficácia na absorção das gorduras dos alimentos acabados de fritar. Ou o rolo de cozinha Amoos Aquactive, com sabão incorporado, e o papel higiénico Amoos Air Sense, com perfume ativado pelo toque.

Celulose na indústria farmacêutica e na medicina

A celulose tem ganho destaque, nos últimos anos, como aplicação farmacêutica, sendo utilizada no revestimento de comprimidos e como agente espessante ou ligante. Outras aplicações emergentes têm-se focado na medicina regenerativa: biossensores, moldes para crescimento celular e regeneração de tecidos são alguns exemplos onde a celulose é aplicada.

Um tecido natural

O lyocell é um tecido produzido a partir de polpa de madeira, normalmente de eucalipto, com origem em florestas geridas de forma responsável e plantadas especificamente com objetivos produtivos. Há já inúmeras marcas de vestuário e roupa de casa, a nível mundial, a optar pelo lyocell para as suas coleções, pelo menor impacto ambiental que representa face às opções tradicionais da indústria têxtil.

Nova geração de biocombustíveis

A partir da biomassa residual da floresta (sobrantes da exploração florestal) e de subprodutos industriais da produção de pasta celulósica de eucalipto, está a ser desenvolvida uma nova geração de biocombustíveis. A The Navigator Company tem investido na investigação de açúcares celulósicos e sua conversão em bioetanol para aplicação em biocombustíveis avançados, que poderão substituir os de origem petroquímica. Toda a produção será feita através de processos energética e ambientalmente eficientes.

Pranchas de surf com longarinas de cortiça

Através da tecnologia Corecork, da Corticeira Amorim, estão a ser produzidas pranchas de surf que incorporam cortiça. Estas têm uma excelente absorção do impacto, o que lhes aumenta a vida útil; boas propriedades de compressibilidade, proporcionando maior conforto; um núcleo que não apodrece; e maior resistência e flexibilidade. “As longarinas de cortiça irão revolucionar o setor do surf”, afirmou o reconhecido surfista McNamara, que participou na criação destas novas pranchas.

Interiores de automóvel com menos plástico

Um dos materiais usados no interior do Mini Strip foi a cortiça reciclada: cobre todo o topo do tablier, as palas para-sol e ainda o topo das portas, substituindo, assim, o plástico que costuma estar presente nessas peças dos automóveis. A cortiça utilizada foi fornecida pela Amorim Cork Composites, uma unidade da Corticeira Amorim que desenvolve produtos, soluções e aplicações para as indústrias automóvel e aeroespacial, construção, desporto, energia ou design.

A cortiça chegou ao espaço

A Corticeira Amorim é o principal parceiro tecnológico no fornecimento de soluções de isolamento para a NASA e para a Agência Espacial Europeia (ESA). No programa da ESA, as soluções de cortiça integram escudos térmicos e antivibráticos, no âmbito do projeto Ariane 5 e do foguetão Vega. A Corticeira Amorim liderou ainda um consórcio 100% português no desenvolvimento de uma nova cápsula de reentrada atmosférica, para o programa de exploração a Marte da ESA, que trará amostras deste planeta em 2026.