Libertar o Planeta dos sacos de plástico

1 de Julho 2024

A poluição por plásticos de uso único é avassaladora e tem consequências graves para o Planeta, mas também para a saúde humana. O Dia Internacional Sem Sacos de Plástico, que se celebra a 3 de julho, é mais um alerta para esta crise global

É uma realidade que não pode ser ignorada. Os sacos de plástico que deitamos no lixo, ao fim de uma única utilização, vão assombrar o Planeta durante um período que pode mediar entre os 100 e os 500 anos.

A somar a este cenário, está um número avassalador: o mundo usa mais de um milhão de sacos por minuto. Leu bem: UM MILHÃO DE SACOS POR MINUTO.

A poluição por plásticos já é considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como a segunda maior ameaça ambiental, atrás das alterações climáticas, e a sociedade civil tem estado mais atenta. Em 2008, por exemplo, a Rezero, uma organização membro da Zero Waste Europe, lançou as bases para a criação do Dia Internacional Sem Sacos de Plástico, que se celebra a 3 de julho desde então, e que tem o objetivo de mobilizar os consumidores a reverem os seus hábitos de utilização e gestão deste material, optando por soluções mais sustentáveis e reutilizáveis, como os sacos de papel ou de pano.

E os números dão que pensar. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a humanidade produz cerca de 460 milhões de toneladas de plástico por ano, e este valor triplicará até 2060, se não for aplicado um travão.

Atualmente, a poluição por plástico é uma grande ameaça aos ecossistemas, ao clima e ao bem-estar humano. Globalmente, 46% dos resíduos plásticos são depositados em aterros, 22% são mal geridos e transformam-se em lixo, 17% são incinerados e 15% são coletados para reciclagem, com menos de 9% a serem realmente reciclados.

Ao contrário de outras substâncias, os plásticos, de origem fóssil, não se decompõem – simplesmente fragmentam-se em pedaços cada vez menores. Com o tempo, acumulam-se em aterros, nos oceanos ou nas praias, transformando-se lentamente em microplásticos ou nanoplásticos, poluindo diversos ecossistemas. Desta forma, a poluição plástica marinha aumentou 10 vezes desde 1980 – afetando pelo menos 267 espécies animais, incluindo 86% das tartarugas marinhas, 44% das aves marinhas e 43% dos mamíferos marinhos –, mas também aumentou a poluição do ar e do solo, com consequências graves para a segurança alimentar e, consequentemente, para a saúde humana.

Numa tentativa de reverter esta situação, a ONU tem centrado esforços na construção de um Tratado Global Contra a Poluição Plástica. A expectativa é que esse documento esteja pronto até ao final deste ano de 2024 e que tenha força de lei para todos os países que o ratificarem.

Microplásticos ameaçam a saúde humana

Primeiro, foram encontrados no oceano, nos corpos de peixes e nos mexilhões. Depois, nos refrigerantes, na água da torneira, nos vegetais e na fruta, e nos hambúrgueres. E, agora, estão em toda a parte, até no corpo humano. Cientistas e investigadores descobriram que os microplásticos flutuam à nossa volta, suspensos no ar das cidades e dentro das casas. Um estudo recente da Universidade de Vitória, no Canadá, intitulado “Consumo Humano de Microplásticos”, citado no jornal Washington Post em junho de 2024, revela que as pessoas inalam ou ingerem, em média, entre 74 mil a 121 mil partículas de microplástico por ano, através da respiração, alimentação e bebida. Os cientistas ainda não sabem os efeitos exatos de todas essas partículas de plástico na saúde, mas a pesquisa mostrou, pela primeira vez, que os humanos estão a respirar, comer e beber microplásticos em quantidades muito maiores do que se pensava anteriormente. E esse plástico está a infiltrar-se em quase todos os nossos órgãos principais, exatamente porque parte dessas partículas entram no corpo através da respiração. Dos mais de 10 mil produtos químicos usados na fabricação de plástico, os investigadores identificaram mais de 2.400 como potencialmente tóxicos.

Um outro estudo, publicado na revista científica “Physics of Fluids”, em junho de 2023, já havia alertado que esses plásticos podem ficar presos nas nossas vias respiratórias e permanecer lá ao longo do tempo. “Estamos a inalar esses plásticos e esses dados têm sido subestimados”, alertou Saidul Islam, autor principal do artigo e professor na Universidade de Tecnologia de Sydney. Apesar de alguns especialistas começarem a relacionar os microplásticos com inflamação pulmonar, falta de ar e um maior risco de cancro de pulmão, são necessários mais estudos e mais tempo para se aferir o impacto a longo-prazo dos microplásticos na saúde. Contudo, a comunidade científica teme que estas partículas continuem a infiltrar-se no corpo humano, com efeitos desconhecidos.

Sacos de papel, a alternativa natural e renovável

Desde 2021, a The Navigator Company, mentora do projeto My Planet, tem no mercado uma solução mais sustentável e alternativa aos sacos de plástico: sacos produzidos a partir do papel para embalagens gKRAFT. Feito a partir de fibras virgens de eucalipto provenientes de florestas com gestão responsável e com certificação, esta gama de papel é uma alternativa reutilizável, renovável, reciclável e biodegradável, que assenta numa lógica de respeito pelos princípios da economia circular.

A The Navigator Company tem investido significativamente na inovação e na sustentabilidade, rumo a um futuro mais responsável, assente nos princípios do seu propósito corporativo: “São as pessoas, a sua qualidade de vida e o futuro do planeta que nos inspiram e nos movem”. Apostando na diversificação de produtos de base florestal, o papel para embalagens gKRAFT – que se estende de sacos de compras e takeaway de alimentos a saquetas, envelopes ou caixas de cartão canelado – reflete o compromisso da empresa em procurar soluções mais eficazes, mais sustentáveis e com menos impactos ambientais, alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

As pessoas inalam ou ingerem, em média, entre 74 mil a 121 mil partículas de microplástico por ano, através da respiração, alimentação e bebida.