A luz azul dos ecrãs afeta a nossa saúde

6 de Maio 2022

Ecrãs de telemóveis, computadores, tablets, televisões… A exposição prolongada à luz azul tem
consequências negativas para a nossa saúde, e não são só os olhos que se ressentem.

A luz azul acorda-nos. Porque faz parte da luz do sol, recebemo-la desde sempre. Mantém-nos alerta e regula os nossos ciclos de sono e vigília. Mas além do sol, esta luz chega-nos hoje através dos muitos dispositivos eletrónicos aos quais nos mantemos ligados por longas horas e, tantas vezes, muito para além do fim do dia.

A exposição à luz azul que vem do sol é benéfica, em doses saudáveis, mas quando se torna demasiado prolongada, e vinda de fontes artificiais, pode ter consequências negativas a vários níveis.

Baralha o ritmo e reduz as horas de sono

A luz azul interfere com a produção de melatonina, a hormona que induz o sono ao final do dia e que tem um papel importante na regulação do ritmo circadiano. Este é como um relógio interno que permite ao organismo alternar de forma saudável e regular as funções de sono e vigília.

O nosso ritmo circadiano está naturalmente regulado pela luz do sol. À medida que esta diminui, a produção de melatonina aumenta, o metabolismo desacelera e a temperatura corporal baixa.

Se nos expomos a estímulos como a luz azul perto da hora de dormir, estamos a condicionar a produção de melatonina e a interferir com o ritmo e horas de sono que seriam naturais e necessárias. Sendo que os desequilíbrios de sono, dos quais a maior parte das pessoas nem tem consciência, estão na origem de muitos problemas de saúde. Cansaço durante o dia, problemas de memória e concentração têm muitas vezes origem na falta de um sono verdadeiramente reparador.

Para regular o ciclo circadiano, é importante reduzir a exposição à luz azul perto da hora de dormir.

A pele e o envelhecimento

Vários estudos têm mostrado que a luz azul emitida pelos equipamentos eletrónicos pode afetar as células da pele, acelerando o processo de envelhecimento. Apesar de não ter efeitos imediatos visíveis, como acontece com o sol, que provoca queimaduras, há evidências de que possui uma quantidade de energia capaz de penetrar na pele, causando danos nas células cujos efeitos incluem envelhecimento precoce, inchaços, manchas escuras e vermelhidão.

A saúde dos olhos

A saúde dos olhos é aquela em que pensamos primeiro quando se fala de demasiado tempo de ecrãs. Fadiga ocular, danos na retina e o aparecimento precoce de problemas como a degeneração macular da idade podem ser consequência da exposição prolongada a dispositivos que emitem luz azul.

Ainda assim, passamos demasiado tempo com os olhos em ecrãs. Em Portugal, o tempo médio diário de exposição a ecrãs foi, em 2021, de 7h57 diárias! Este tempo é dividido pelos 2,95 dispositivos digitais que os portugueses possuem, em média. São números de um estudo realizado pela agência global de marketing Team Lewis, em parceria com a empresa de estudos de mercado GWI.

Fontes artificiais de luz azul:

Telemóveis

Computadores

Televisões

Tablets

E-readers

Lâmpadas fluorescentes

Lâmpadas LED

Num mundo dominado pela tecnologia, ler em papel é, cada vez mais, uma experiência a promover. Para além de os livros não emitirem luz azul, são vários os estudos que confirmam as vantagens do papel sobre os ecrãs nos processos de aprendizagem, aquisição de conhecimento, desenvolvimento cognitivo e compreensão de textos.