Apesar de não as vermos, as minúsculas partículas que resultam da degradação do plástico entram todos os dias no nosso organismo. Ingerimo-las quando comemos e bebemos, mas também as inalamos ao respirar. Os efeitos nocivos que podem ter na saúde humana manifestam-se a muitos níveis.
Encontramos microplásticos numa série de artigos aos quais estamos diariamente expostos, como garrafas de água, relva sintética e produtos cosméticos. Estas partículas estão também no ar que respiramos e nos alimentos ou bebidas que ingerimos. E têm efeitos nocivos para a saúde humana. Quais são esses efeitos, a longo prazo, ainda não é muito claro, mas vários estudos indicam que podem conduzir ao aumento da resposta inflamatória e toxicidade, e perturbar o microbioma intestinal. E outros dizem que são capazes de afetar as células humanas, levando ao stress oxidativo e respostas imunes (como reações alérgicas).
Num estudo publicado em 2021, cientistas detetaram microplásticos nas placentas de mulheres saudáveis – ou seja, as partículas eram pequenas o suficiente para serem transportadas pela corrente sanguínea.
Como chegam ao nosso corpo
Embora seja necessária mais investigação para entender o impacto dos microplásticos a longo prazo na nossa saúde e no nosso bem-estar, sabemos que eles estão por todo o lado. Por exemplo, podem ser facilmente encontrados numa grande variedade de alimentos e bebidas. Um estudo descobriu que algumas marcas de água engarrafada estão contaminadas com microplásticos, nomeadamente com o polipropileno usado para fabricar as tampas das garrafas. E foram encontrados microplásticos em cerveja, sal marinho embalado, mariscos e peixe. Alguns saquinhos de chá são feitos de plástico, e as investigações concluem que a sua imersão pode libertar 11,6 mil milhões de partículas de microplástico numa única chávena! Também foi relatada a contaminação por microplásticos em carne bovina e suína, bem como no sangue de vacas e porcos em quintas.
Microplásticos no ar que respiramos
Ingerimos microplásticos com a nossa comida e bebida, mas também podemos inalá-los. Um estudo realizado na Austrália revelou que o pó no ar dentro de casa pode conter uma ampla gama de micropartículas, algumas das quais à base de plástico.
As taxas mais elevadas de inalação e ingestão destes microplásticos foram encontradas em crianças pequenas, e a explicação dos investigadores prende-se com a maior taxa de respiração, combinada com menor peso corporal. Também passam mais tempo a brincar no chão e, frequentemente, levam as mãos à boca, aumentando a probabilidade de serem expostas a microplásticos presentes no pó.
Aspirar a casa pelo menos uma vez por semana ajuda a diminuir os níveis de microplásticos transportados pelo ar, refere o estudo australiano mencionado acima. Nos restantes casos, limitar a exposição a estas pequenas partículas exige mudanças de hábitos, nomeadamente evitar o uso de plástico sempre que possível, substituindo a sua utilização por materiais naturais.
Embalar com segurança e higiene
A substituição do plástico de origem fóssil por soluções de embalagem que têm por base uma matéria-prima natural, proveniente de florestas plantadas e geridas de forma sustentável, é o conceito-chave da agenda “From Fossil to Forest”, liderada pela The Navigator Company, mentora do projeto My Planet.
A primeira expressão desta estratégia foi o lançamento de um conjunto de produtos dirigido ao segmento do packaging, através da marca gKraft. Esta gama tem como elemento diferenciador a utilização da matéria-prima Eucalyptus globulus, abrindo caminho a um novo paradigma de embalagem e estabelecendo uma alternativa sustentável num mercado dominado pelos plásticos de uso único.
Fabricado apenas com recurso a fibra virgem, o gKraft é uma gama de papéis mais segura e higiénica para contacto com os alimentos, nomeadamente por comparação com papéis reciclados, que contêm químicos nocivos.