Numa altura em que o mundo procura novos modelos de desenvolvimento sustentável, a floresta tem a resposta.
Floresta de produção versus floresta de conservação… Vamos retirar o “versus” da equação? É que uma e outra complementam-se. E prosperam quando crescem juntas. Explicamos como e porquê.
As florestas de produção bem geridas e bem localizadas mantêm e beneficiam os níveis de biodiversidade e de serviços de ecossistemas da área onde se encontram. Sabe-se, de resto, que a atividade florestal será tanto mais bem-sucedida quanto obtiver o equilíbrio entre a produtividade e a preservação dos recursos. Porque com rentabilidade é possível investir na conservação.
É cada vez mais consensual que as atividades económicas têm de assumir compromissos com a natureza. Como se pode ler na Estratégia para a Biodiversidade da União Europeia, o equilíbrio natural é essencial para a vida, mas “a natureza também ajuda as empresas: metade do Produto Interno Bruto (PIB) do mundo, mais de 40 biliões de euros, depende da natureza.”
Se existe um setor de atividade sustentável, em que estas premissas fazem sentido e que possui uma Solução Baseada na Natureza, esse setor é a indústria de base florestal.
As florestas de produção, bem geridas e certificadas, são essenciais para a transição rumo à “economia verde”, para substituição do atual modelo baseado em materiais de origem fóssil. Além de produzirem matéria-prima renovável e reciclável, as árvores também produzem oxigénio e retêm dióxido de carbono, e a boa gestão florestal protege o solo, a água e a biodiversidade, numa simbiose entre economia e ambiente.
Estas florestas de produção bem geridas são instaladas em sistema de mosaico, onde áreas de preservação coexistem com os povoamentos florestais. As áreas protegidas são fundamentais na estratégia de proteção das florestas, e se cerca de 44% do território da União Europeia é Rede Natura 2000, metade dele são habitats florestais – qualquer coisa como 37,5 milhões de hectares.
“Os benefícios multiplicam-se quando, num determinado território, coexistem floresta de produção, floresta de conservação e atividades de recreação, porque algumas destas têm retorno económico. E para apoiar a conservação é preciso que haja capacidade de investimento. Quando se partilha investimento, conhecimento e ações em prol de objetivos comuns para a região e as suas comunidades, é a melhor forma de contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e fazer a diferença nesta Década da Ação”, explica Paula Guimarães, responsável de Sustentabilidade na The Navigator Company.
Nos 108 mil hectares de floresta em Portugal que se encontra sob gestão da Navigator, 100% certificada pelo FSC® e pelo PEFC™, 25% da área é ocupada por espécies diversas do eucalipto, como sobreiro, pinheiro-bravo e pinheiro-manso, ou por zonas de interesse para a conservação, que representam 11% da área total e são geridas com objetivos de conservação da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas. E 4 100 hectares são mesmo habitats classificados como protegidos pela rede Natura 2000. Nessas zonas foram investidos cerca de 300 mil euros em ações de promoção de restauro de habitats e vegetação, entre 2013 e 2020.