Nós somos a “Geração Restauração”

4 de Junho 2024

O combate à seca e à desertificação, e a urgência da restauração dos solos degradados, são o foco do Dia Mundial do Ambiente. As florestas constituem uma peça-chave como aliadas nesta luta.

O tema do Dia Mundial do Ambiente 2024 chama a atenção da opinião pública para a urgência de restaurar os solos e de aumentar a resiliência global às secas e à desertificação. Mais de dois mil milhões de hectares – cerca de um quinto da área terrestre do Planeta –, encontram-se degradados, alerta o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Cerca de 3,2 mil milhões de pessoas, ou 40% da população mundial, são afetadas por esta degradação.

“Não podemos voltar atrás no tempo, mas podemos cultivar florestas, revitalizar fontes de água e recuperar os solos. Somos a geração que pode fazer as pazes com a terra”. O movimento Dia Mundial do Ambiente, coordenado pelo PNUMA, explica assim o foco do tema e a campanha associada: “Our Land, Our Future. We are #GenerationRestoration” (“A nossa terra, o nosso futuro. Nós somos a #GeraçãoRestauração”).

“Somos a primeira geração a compreender plenamente as imensas ameaças ao solo e podemos ser a última a ter a oportunidade de inverter o seu processo de destruição”, afirmou Elizabeth Mrema, diretora executiva adjunta do PNUMA, no lançamento da campanha mundial. “A nossa prioridade, agora, deve ser a restauração dos ecossistemas – a reflorestação das nossas florestas, a recuperação dos nossos pântanos e a revitalização dos nossos solos”, acrescentou.

Florestas, guardiãs dos solos

Neste contexto, as florestas assumem um papel crucial. As copas das árvores, no seu conjunto, evitam o impacto direto da água da chuva no solo e protegem-no da luz direta do sol, do vento e das variações bruscas de temperatura. A cobertura florestal funciona, assim, como uma espécie de proteção natural do solo, prevenindo a sua erosão. As raízes, por sua vez, melhoram a sua estrutura, ao promoverem o arejamento e a infiltração da água na terra.

Mas não é só. Nas florestas, as árvores têm um papel fundamental no enriquecimento dos solos, pois fornecem matéria orgânica e nutrientes através das folhas, galhos e outros detritos orgânicos que vão caindo, ao longo do tempo. A interação dos organismos que vivem na terra (vegetais, animais e microrganismos diversos) com essa matéria orgânica e as raízes das plantas, é fundamental para a saúde do solo. Este equilíbrio favorece a produção de biomassa e a biodiversidade acima do solo.

As florestas são, assim, guardiãs e promotoras de solos saudáveis e férteis. E as florestas plantadas podem assumir este papel, de forma semelhante às florestas naturais, se forem geridas de forma responsável, com práticas adaptadas a cada combinação de solo e clima.

Trabalho de zonagem em propriedade da Navigator: permite a categorização edafoclimática (solo e clima) do terreno, de forma a ajustar o planeamento das novas plantações às características de cada zona.

A proteção do solo nas florestas Navigator

Para a The Navigator Company, mentora do projeto My Planet, a proteção do solo é uma questão prioritária. Nos cerca de 107 mil hectares de floresta certificada que tem sob sua responsabilidade, em Portugal continental, a gestão responsável que implementa inclui a adaptação rigorosa das boas práticas silvícolas a cada combinação de solo e clima.

Esta adaptação faz-se com recurso a técnicas de referência, como é o caso da zonagem. Trata-se de uma metodologia desenvolvida pelo RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel, Laboratório de R&D detido pela The Navigator Company, Universidade de Aveiro, Universidade de Coimbra e Universidade de Lisboa, através do Instituto Superior de Agronomia, que permite a categorização edafoclimática (solo e clima) do terreno, de forma a ajustar o planeamento das novas plantações às características de cada zona.

As equipas da Gestão Florestal da Companhia põem em prática, nos povoamentos que gerem, processos e ações que contribuem para mitigar possíveis impactos da atividade silvícola na qualidade do solo: por exemplo, a manutenção da folhada e dos sobrantes do corte no terreno, um plano de fertilização ajustado às necessidades do povoamento, práticas menos intensivas de mobilização do solo, e a adequação da fase de exploração às condições meteorológicas e locais. Estas práticas permitem aumentar os níveis de matéria orgânica no solo, tornando-o mais saudável e resiliente.

As florestas plantadas podem assumir o papel de guardiãs e promotoras de solos saudáveis e férteis, de forma semelhante às florestas naturais, se forem geridas de forma responsável.