O Alentejo e o Algarve, unidos pela natureza

6 de Julho 2021

O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina estende-se por mais de 100 quilómetros de costa e é o troço de litoral europeu mais bem conservado. A presença constante do mar e horizontes a perder de vista tornam esta zona numa das mais atraentes da costa portuguesa. Vamos?

“Nasceu” como Área de Paisagem Protegida, em 1988, mas rapidamente ganhou estatuto de Parque Natural, em setembro de 1995. O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina vai desde Porto Covo, no Alentejo, até ao Burgau, no Algarve, numa grande diversidade de habitat costeiros, incluindo praias, falésias, ilhotas e rochedos isolados.

Em tempo de verão, destacamos as praias, entre as melhores do país, pela sua enorme variedade, que vai dos extensos areais a pequenas áreas abrigadas entre arribas e rochas. Porto Covo, Malhão, Vila Nova de Milfontes, Almograve, Monte Clérigo e Arrifana são apenas algumas das mais conhecidas. Mas se estiver disposto a explorar e caminhar, há muitas outras, de acessos menos fáceis, que se mantêm em estado quase selvagem.

A paisagem é marcada pelas falésias escarpadas, salientando-se, pela sua importância biológica à escala europeia, as arribas, os matos sobre areias consolidadas e linhas de água, e as lagoas temporárias.

A flora terrestre é rica, com cerca de 750 espécies de plantas identificadas, sendo mais de 100 endémicas, raras ou localizadas. Predominam os elementos de vegetação mediterrânica, mas também se encontram, ainda que em minoria, elementos atlânticos e do norte de África.

Na fauna, as aves são a parte mais relevante, com um número de espécies superior a qualquer outra área de dimensões comparáveis em Portugal. A costa sudoeste é um importante corredor de passagem para milhares de aves, nomeadamente na migração outonal. Mas o destaque vai para as cegonhas-brancas (Ciconia ciconia), sendo este o único local do mundo onde nidificam nos rochedos marítimos. Nos mamíferos, as lontras (Lutra lutra) abrigam-se nas arribas marítimas e barrancos adjacentes, sendo este o único lugar em Portugal, e um dos poucos na Europa, onde utilizam o meio marinho para as suas pescarias.

Quando estiver satisfeito com o mergulho na natureza, não deixe de visitar, no extremo sudoeste do Parque, o Farol no Cabo de São Vicente, que dá nome a esta parte da costa, e a Ponta de Sagres.