A diversidade é uma das principais características da floresta portuguesa. Os dados europeus conhecidos sobre o uso e tipo de cobertura do solo reforçam essa ideia, mostrando que não existe um predomínio absoluto de uma espécie.
Centro de biodiversidade e um dos habitats mais ricos do mundo, a região mediterrânica, onde Portugal se insere, é caracterizada por um clima de temperaturas amenas, invernos chuvosos e verões quentes e secos. E também por solos de relevo diferenciado, o que contribui para uma elevada taxa de diversidade, fator que reforça a resistência e resiliência das florestas.
O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) tem identificadas mais de 80 espécies florestais autóctones em Portugal, que representam 72% do mosaico existente (com predominância do pinheiro-bravo, sobreiro, azinheira, pinheiro-manso e carvalhos), ao qual foram introduzidas ao longo dos tempos outras espécies florestais, como a nogueira, o plátano, o vidoeiro, o carvalho-americano ou o eucalipto, entre muitas outras.
A floresta é o principal uso do solo em Portugal continental, com mais de um terço do território (36%).
As quatro grandes famílias da floresta nacional
- Os montados e povoamentos de sobreiro e azinheira (folhosas perenifólias) são a principal ocupação florestal em Portugal continental, com pouco mais de 1 milhão de hectares, que representam 34% da floresta.
- Os pinhais (povoamentos de pinheiro-bravo, pinheiro-manso e outras resinosas) constituem a segunda formação florestal, com 959 mil hectares (30%).
- O terceiro grupo florestal mais representativo no mosaico português é o dos eucaliptais (folhosas silvo-industriais), que representam 26% da floresta nacional (845 mil hectares).
- As folhosas caducifólias (carvalhos, castanheiros e outras) ocupam 10% dos espaços florestais (320 mil hectares) e registaram um crescimento sistemático nos últimos 20 anos, que tem contribuído para a elevada taxa de diversidade da floresta portuguesa.
Uma floresta protegida
A diversidade da floresta coloca Portugal no 4.º lugar dos países europeus com maior percentagem de floresta protegida: cerca de 22%, apenas atrás da Itália (33%), Alemanha (29%) e Liechtenstein (26%). O valor percentual da área de floresta portuguesa sob proteção supera mesmo as médias europeia (13%) e mundial (17%).