O Dia Mundial da Arte é uma celebração de todas as formas de expressão artística e também uma homenagem a Leonardo da Vinci, que nascia neste dia 15 de abril, em 1452. O grande mestre do Renascimento anotava e desenhava tudo o que via e projetava, e os seus cadernos – cerca de quatro mil páginas – são hoje valiosas obras de arte.
Símbolo de genialidade e um dos artistas mais completos de todos os tempos, Leonardo da Vinci nasceu a 15 de abril de 1452. Em sua homenagem, o Dia Mundial da Arte é celebrado globalmente neste dia, tendo sido proclamado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em 2019. A efeméride pretende dar destaque à importância da arte para a sociedade, como estímulo à criatividade, inovação e diversidade cultural, e como veículo de partilha de conhecimento e de incentivo à curiosidade e ao diálogo.
O Dia Mundial da Arte procura também o reconhecimento da contribuição única dos artistas e das suas obras para o desenvolvimento sustentável. Através da arte, em todas as suas formas de expressão, promove-se a reflexão e a transformação social, mas também se transmitem ideias, sentimentos e emoções de um modo único e poderoso. O papel, material ancestral, foi e continua a ser um suporte privilegiado para artistas de todos os tempos registarem e transmitirem a sua genialidade e a sua sensibilidade.
O génio exposto no papel
Máquinas voadoras, fetos no útero materno, órgãos humanos, mecanismos hidráulicos… Leonardo da Vinci desenhava constantemente. Acredita-se que anotava e fazia esboços do que via nas ruas da cidade e na natureza, embora também tenha dedicado tempo a escrever, enchendo páginas e páginas com textos e apontamentos.
Transportava os seus cadernos de esboços como um tesouro pessoal e era neles que registava pensamentos, observações, ideias e desenhos. Com uma mente intrincada, escrevia muitas vezes em código, de trás para a frente, e da direita para a esquerda.
A sua obra gráfica vai desde a arquitetura à anatomia e da cartografia à engenharia. Pintor, matemático, físico, anatomista, inventor, arquiteto, engenheiro militar, escultor – Leonardo da Vinci foi tudo isto, pois tinha uma curiosidade insaciável e uma habilidade extraordinária para o detalhe. Ficou mundialmente conhecido por ter pintado Mona Lisa e a Última Ceia, mas a sua obra é vasta e abrangente e vai muito além da pintura.
Os desenhos não eram, para ele, apenas rascunhos preliminares, mas uma parte essencial de um processo criativo e investigativo. Eram um registo das suas observações sobre o mundo que o rodeava. Cada linha traçada pela sua mão era uma tentativa de compreender a complexidade da natureza, da anatomia humana ou da engenharia. Mas também eram um meio de comunicação e de documentação das suas ideias, inspirações e descobertas; um testemunho vivo da sua mente brilhante e da procura incessante pelo conhecimento.
Cadernos de papel tornados obras de arte
Atualmente, estão reunidas mais de quatro mil páginas de manuscritos de Leonardo da Vinci, que constituem os 25 “códices” – ou cadernos –, preservados. Este espólio é uma pequena parte de todos os registos que o artista terá produzido, e que tiveram, ao longo dos séculos, uma história atribulada. Foram sendo divididos por heranças, compras, vendas, roubos e arrestos. Os que hoje conhecemos estão preservados por diversas instituições como a Biblioteca Britânica, em Londres, a Biblioteca Nacional de Madrid e outras bibliotecas europeias como a de Paris e de Turim. Há também alguns que estão na posse de colecionadores, como Bill Gates.
O papel e os artistas de hoje
O papel é um suporte que marca constantemente presença em alguma fase das obras dos mais variados artistas. É ele que recebe o lápis, a tinta, o óleo ou a cera e é nele que se materializa o esboço. Através de simples dobragens, pode dar vida a pássaros, dragões e aviões. Mas o papel é muito mais. Tem um vasto potencial e é atualmente explorado por artistas contemporâneos que usam a sua textura, a flexibilidade e a modelagem para criar verdadeiras esculturas e obras tridimensionais.
Natural, reciclável, renovável e biodegradável, o papel abre um mundo de possibilidades artísticas, enquanto garante respeito pelo equilíbrio ambiental. Produzido a partir de madeira proveniente de florestas plantadas e replantadas para esse fim – com a garantia de sustentabilidade que os selos dos sistemas de certificação asseguram –, o papel ocupa hoje um lugar central no desenvolvimento de uma nova economia circular.
Os artistas, de todas as idades e condições, continuam a encontrar nele uma fonte de inspiração e um suporte privilegiado. Para uns, porque estimula a criatividade e promove a imaginação. Para outros, porque se sentem movidos pela sua leveza e efemeridade, mas também pela sua origem e pela ligação à natureza que o seu cheiro e textura evocam.
Natural, reciclável, renovável e biodegradável, o papel abre um mundo de possibilidades artísticas, enquanto garante respeito pelo equilíbrio ambiental.