O regresso da vida selvagem

31 de Outubro 2022

Há mais castores, bisontes, linces, lobos e águias nas florestas europeias. Políticas de conservação e proteção de habitats e de espécies com estatuto de ameaça estão a mostrar bons resultados.

Algumas espécies selvagens estão em crescimento na Europa. As suas populações aumentaram nos últimos 40 a 50 anos e esse aumento traduz-se tanto no número de indivíduos como na sua área de distribuição. As boas notícias foram avançadas recentemente pelo segundo relatório “Wildlife Comeback in Europe” (“Regresso da vida selvagem na Europa”), encomendado pela organização sem fins lucrativos Rewilding Europe.

Foram analisados dados de 50 espécies – 24 mamíferos, 25 aves e um réptil. São mais 13 espécies do que na primeira edição do estudo, que data de 2013.

Entre elas estão ursos, bisontes, castores, lobos, linces e águias que anteriormente estavam em declínio preocupante. O documento revela que estão agora em crescimento e que podem voltar a ser espécies presentes de forma mais consistente no território europeu. Uma prova, consideram os autores, “de que a vida selvagem é resiliente e pode recuperar se as condições forem favoráveis”. Os novos dados vão permitir perceber o impacto de várias medidas de conservação e as razões pelas quais certas espécies estão a recuperar com mais rapidez do que outras.

As medidas de conservação dão resultados

Se a ação humana está na base do declínio populacional de muitas espécies e é responsável pelo facto de tantas se encontrarem ameaçadas, ela está também, quase sempre, na origem da recuperação. Entre os fatores que a sustentam estão, segundo este relatório, mais medidas de conservação e proteção legal – possíveis, por exemplo, pela aplicação e monitorização das diretivas europeias Aves e Habitats –, a criação de áreas protegidas e de corredores entre elas, e os programas de reintrodução de espécies.

Algumas das espécies que mais recuperaram nas últimas décadas, segundo o “Wildlife Comeback in Europe”:

  • Castor-europeu (Castor fiber)
  • Bisonte-europeu (Bison bonasus)
  • Lobo-cinzento (Canis lupus)
  • Cabra-montês (Capra pyrenaica)
  • Águia-rabalva (Haliaeetus albicilla)
  • Ganso-de-faces-brancas (Branta leucopsis)
  • Grifo (Gyps fulvus)
  • Garça-branca-grande (Ardea alba)
  • Pelicano-crespo (Pelecanus crispus)

Dos quase 105 mil hectares de floresta gerida pela The Navigator Company, mentora do projeto My Planet, 12% são áreas de conservação e Rede Natura 2000. Mas não é só aí que a preocupação com a vida selvagem é efetiva. A Companhia integra a conservação da biodiversidade no seu modelo de gestão florestal, implementando diversas ações para manter ou melhorar o estado de habitats e para preservar espécies protegidas, ameaçadas e endémicas. No património florestal gerido pela empresa, estão identificadas cerca de 800 espécies e subespécies de flora e 245 espécies de fauna, que são alvo de monitorização regular, sobretudo aquelas com estatuto de conservação mais elevado.