A Humanidade enfrenta desafios globais nos três pilares a partir dos quais se “constrói” a sustentabilidade: ambiental, social e económico. Em todos eles, as florestas têm um papel fulcral e incontornável.
As florestas são fundamentais em eixos tão vitais quanto a regulação do clima, a conservação da biodiversidade e a manutenção dos ciclos da água e do carbono. E fornecem recursos essenciais à sociedade, suportando economias locais e gerando empregos em comunidades rurais.
Embora os três pilares do desenvolvimento sustentável – ambiente, sociedade e economia – não possuam uma hierarquia intrínseca, a importância ambiental da floresta influencia e condiciona virtualmente todas as funções que os espaços florestais desempenham. Assim, sem desconsiderar as funções produtivas que as florestas possibilitam e o que as necessidades económicas e sociais exigem, uma gestão florestal sustentável deve priorizar soluções de ocupação dos espaços que tenham a conservação da biodiversidade, da água e do solo como referência.
Proteção do equilíbrio ambiental
A floresta protege a rede hidrográfica, através da vegetação ribeirinha, que fixa as margens dos cursos de água e garante a sua qualidade. E defende o solo contra a erosão hídrica e as cheias, amortecendo a intensidade, mas permitindo, ao mesmo tempo, a fixação e infiltração da água.
Protege também da erosão eólica, fixando as areias móveis, e ajuda na produção de solo, transformando partículas maiores em mais pequenas.
A decomposição da matéria-orgânica, que é incorporada na terra, produz um solo bom, ajudando na recuperação de terrenos degradados.
Já a proteção microclimática das florestas vê-se essencialmente nas cortinas de abrigo que forma, defendendo culturas agrícolas, pastagens e até equipamentos humanos de ventos fortes, salsugem marinha ou massas de ar frio. Permite ainda a captação de nevoeiros, vital nas regiões onde parte substancial dos recursos hídricos provém, exatamente, desta interceção.
Função de conservação
A preservação dos recursos biológicos e geomonumentos (ocorrências geológicas de grande importância, que representam recursos valiosos não renováveis) constitui outro importante conjunto de funções desempenhadas pelos espaços florestais.
Nesta categoria estão incluídos, em Portugal, os habitats classificados e as espécies de flora e fauna protegidas. No primeiro caso, a posição periférica do território nacional no continente europeu, e a situação geográfica das ilhas, marcam a importância dos habitats naturais existentes no nosso país. Já a proteção de espécies de flora em Portugal teve início em 1938, com a classificação de árvores e maciços arbóreos e arbustivos como “de interesse público”. Em 1968 foi estabelecida a primeira lista de animais protegidos. Atualmente, nos espaços florestais, encontramos um grande número de espécies com estatuto especial de proteção, como o lince-ibérico, a águia-de-Bonelli ou a salamandra-lusitânica.
Combate às alterações climáticas
Dada a magnitude das ameaças ambientais, a abordagem das questões florestais está cada vez mais orientada para uma perspetiva global. Portugal está inserido no contexto europeu e participa do diálogo internacional, dado que os benefícios, compromissos e desafios relacionados com a floresta são comuns e as responsabilidades são partilhadas.
A União Europeia definiu como objetivo ter uma Europa neutra em emissões de CO2 em 2050, e o Estado português criou um plano para cumprir esta meta. Globalmente, a floresta desempenha um papel importante nestes desafios, enquanto sumidouro de carbono por excelência.
As florestas filtram partículas e poluentes atmosféricos, especialmente em regiões densamente urbanizadas ou industriais, e fixam CO2. Ou seja, além de contribuírem para o ar que respiramos, através da fotossíntese, representam também a nossa componente terrestre mais eficaz de remoção de CO2 da atmosfera: devido à elevada capacidade de produção de biomassa vegetal, a floresta nacional apresenta uma grande eficiência no sequestro e armazenamento de carbono, conseguindo compensar uma parte das emissões resultantes da atividade humana.
Florestas de produção promovem circularidade
A floresta contribui para a criação de riqueza, para a geração de emprego e para a dinamização das economias rurais, contrariando a tendência de desertificação do interior a que assistimos em Portugal.
Mas a função de produção, que é eminentemente socioeconómica, também toca a vertente ambiental, se pensarmos por exemplo, na produção de biomassa para energia. O aproveitamento da biomassa florestal, que não é valorizada noutras fileiras industriais, para aumentar a autossuficiência energética do País e reforçar a produção de energia a partir de fontes renováveis, é um ponto importante da política energética nacional.
A biomassa, que resulta da preparação da madeira para uso industrial (os desperdícios, como cascas e aparas) e da dissolução da lenhina da madeira (licor negro), é um combustível ecológico que pode substituir os combustíveis fósseis. O conceito também engloba os resíduos provenientes da limpeza da floresta, que desempenha um papel importante na prevenção de incêndios e na preservação dos ecossistemas, encerrando um importante contributo ambiental.
👉 Sabia que a The Navigator Company, mentora do projeto My Planet, produz 37% do total de energia elétrica gerada em Portugal a partir de biomassa?
Florestas plantadas protegem a biodiversidade
As florestas de produção geridas de forma sustentável assumem um papel importante na conservação da biodiversidade. Os objetivos de produção são conciliáveis com aqueles que visam a conservação dos recursos naturais e o equilíbrio dos ecossistemas, como mostra a gestão responsável que a Navigator implementa nos seus espaços florestais em Portugal continental: 12,19% da área sob gestão da Companhia correspondem a Zonas com Interesse para a Conservação – são geridas exclusivamente para efeitos de conservação e não de produção.
👉 A Navigator é responsável por uma área florestal superior a 107 mil hectares em Portugal – neste património, incluem-se 4.420 hectares classificados como habitats protegidos pela Rede Natura 2000.