Se não queremos que as atividades na natureza comprometam a sua conservação, devemos fazer tudo para minimizar o impacto da nossa passagem. Conheça o Código de Conduta e Boas Práticas para quem visita áreas protegidas. Respeitá-lo, mesmo em locais que não têm essa classificação, acabará por ser natural.
Portugal é um território rico em património natural, o que o torna especialmente apetecível para os adeptos do Turismo de Natureza ou ecoturismo. Um conceito cada vez mais valorizado, tendo a pandemia acentuado a procura. Segundo o Barómetro Anual da Organização Mundial de Turismo, entre as principais tendências deste ano para o setor encontram-se as “atividades ao ar livre”, os “produtos baseados na natureza” e o “turismo rural”.
Existem inúmeras atividades que se incluem nestas tendências, sejam organizadas e sujeitas à legislação que as enquadra, sejam promovidas a título individual, como uma mera caminhada na floresta ou na praia. As caminhadas e percursos pedestres representam, de resto, a atividade mais básica e primordial de contacto com a natureza, sendo também a mais acessível.
Não deixar marca
Seja qual for a atividade preferida, quem elege a natureza para passar os seus momentos de lazer, não deve esquecer-se de tomar todas as medidas necessárias para que o seu impacto seja o menor possível. Aliás, o ecoturismo pressupõe o não comprometimento da conservação dos valores naturais do local.
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) elaborou um Código de Conduta e Boas Práticas dos Visitantes nas Áreas Protegidas. Um código que pode servir de “bíblia” para qualquer atividade na natureza, seja ou não numa área protegida.
O respeito faz parte dos três primeiros mandamentos:
- Respeite os modos de vida e tradições locais
- Respeite os habitantes locais
- Respeite a propriedade privada, feche as cancelas caso surjam durante o percurso
Os três seguintes, prendem-se com a redução ao máximo do impacto da nossa presença:
- Evite barulho e atitudes que perturbem a paz local
- Mantenha-se a distância dos animais, não os alimente, observe-os com binóculos
- Não apanhe plantas, nem recolha amostras geológicas, deixe que os outros visitantes também possam contemplar a sua riqueza.
Não fazer lume, depositar o lixo nos locais apropriados e não integrar nem promover visitas com grupos demasiado grandes são outras das regras.
Neste Código de Conduta há ainda conselhos de segurança e algumas dicas para aproveitarmos ao máximo as atividades na natureza. Vale a pena descarregá-lo e partilhá-lo com quem nos acompanhar. Para que a natureza fique intacta.
Atividades de Turismo de Natureza
Para quem considera as caminhadas e percursos pedestres pouco estimulantes, existem muitas outras propostas dentro do Turismo de Natureza. Entre as mais contemplativas contam-se:
- Observação de paisagens naturais
- Observação de aves
- Observação de golfinhos e baleias
- Observação de borboletas
- Observação de pirilampos
E entre as mais físicas:
- Canoagem e rafting
- Escalada e montanhismo
- Coasteering (superação de diversos obstáculos naturais ao longo da linha costeira)
- Canyoning (percurso ao longo de um curso de água, transpondo obstáculos através de diversas técnicas e equipamentos)
- Geocaching (uma espécie de “caça ao tesouro” com GPS)