Os portugueses estão a ler mais

9 de Setembro 2024

O reforço dos hábitos de leitura está a acontecer sobretudo entre os mais jovens e o papel continua a ser o suporte preferido da maioria.

Sete em cada dez portugueses (73%) afirmam ter hábitos de leitura, que se traduzem numa média de 5,6 livros lidos por ano. O papel continua a ser o suporte preferido para 93% dos leitores nacionais. E, para muitos, é o único suporte: apenas 17% dos inquiridos referem ler também livros em formato digital. Estes são alguns dos resultados do estudo “Mercado do Livro: Hábitos de Compra e Leitura em Portugal”, realizado pela Nielsen/GFK para a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), e apresentado no evento Book 2.0.

O mercado livreiro registou, em 2023, um aumento de 7% face ao ano anterior, tendo atingido os 187 milhões de euros. Houve também uma subida na percentagem de portugueses que compraram livros – de 62%, em 2022, para 65% em 2023. O número médio de livros adquiridos por pessoa também registou um aumento, ainda que ligeiro: passou para 4,8, em 2023, enquanto, em 2022, tinha sido de 4,7.

Já no perfil dos compradores, merece destaque o facto de a faixa etária dos 25 aos 34 anos ter passado a ser aquela que mais compra (76%). Por outro lado, o grupo dos 15 aos 24 anos foi o que mais respondeu ter comprado uma maior quantidade de livros face ao ano anterior (41% do total dos inquiridos). Igualmente relevante é que 82% dos portugueses compram livros para consumo próprio.

O futuro dos livros

“Parece que, finalmente, estamos a adquirir hábitos de leitura, e que mais pessoas estão a abrir portas a novos mundos e ideias, em especial nos mais novos, e isso advém da preocupação dos pais e cuidadores em envolvê-los na experiência da leitura e da compra do livro”, considerou Pedro Sobral, presidente da APEL, em comunicado.

“Os dados atualizados sobre os hábitos de compra e leitura dos portugueses dão-nos pistas muito relevantes sobre a forma como devemos fortalecer o diálogo com as autoridades públicas, as editoras e as instituições educacionais, de modo a continuar a promover ações concretas para estimular a leitura e a literacia no nosso país”, afirmou o presidente da APEL.

“Os portugueses estão a ler mais, em especial as novas gerações, mas há ainda um caminho a percorrer”, declarou perante a audiência do Book 2.0. O evento juntou no Museu do Oriente, em Lisboa, nos passados dias 5 e 6 de setembro, editores, escritores, empresários, psicólogos e outros especialistas, num debate alargado sobre o futuro dos livros.