Os sacos de papel contribuem para mitigar as alterações climáticas. Dito assim, parece estranho, talvez até um pouco exagerado. Mas quando, grão a grão, começamos a esmiuçar os superpoderes destas embalagens, tudo se torna claro.
Comecemos pelo princípio. O papel é feito à base de madeira, um material natural e renovável. Na Europa, essa madeira é proveniente de florestas geridas de forma sustentável. Graças à contínua replantação de árvores para produzir papel, as florestas europeias cresceram 58.390 km2 entre 2005 e 2020, uma área maior do que a Suíça e que equivale a cerca de 1500 novos campos de futebol de crescimento florestal por dia. A gestão florestal sustentável mantém a biodiversidade e os ecossistemas, e provém habitat para a vida selvagem, áreas de lazer e empregos.
À medida que as árvores novas crescem, absorvem CO2 da atmosfera. O sequestro de carbono médio anual na biomassa florestal europeia atinge os 719 milhões de toneladas de CO2, o que equivale às emissões geradas num ano por um país como a Alemanha. O carbono armazenado nas fibras de madeira da árvore permanece em todos os produtos florestais, como os sacos de papel, e não é libertado durante o seu ciclo de vida.
Os sacos de papel são 100% biodegradáveis – entre dois e cinco meses – e 100% recicláveis. Com uma taxa atual de 72%, a Europa é líder mundial na reciclagem de papel.
A utilização de sacos de papel ajuda a reduzir o consumo de sacos de plástico. A quantidade atual de plástico que chega aos oceanos é já de 11 milhões de toneladas por ano, e, se não fizermos nada para inverter a tendência, aumentará para 29 milhões até 2040.
Para além dos aspetos ambientais, podemos contar com o apoio dos sacos de papel no momento de fazermos as nossas compras: graças às fibras de celulose longas e fortes, têm uma alta resistência mecânica, podendo suportar cargas até 12 kg e ser reutilizados até cinco vezes. Existe um teste padrão europeu (EN13590:2003) que certifica a qualidade dos sacos de papel, que são depois marcados com o peso e o volume que podem carregar.
Os sacos de papel são também uma questão de “passar uma mensagem”. A sua utilização está alinhada com um estilo de consumo moderno e sustentável, que mostra o compromisso ambiental tanto de consumidores como de vendedores.
O papel tem ainda uma parte emotiva, ligada aos sentidos e às perceções, que também “ganha” aos seus congéneres de plástico: de acordo com um estudo de mercado da consultora IPSOS, realizado em sete países da Europa, 80% dos consumidores consideram que uma marca impressa em papel é mais agradável e atrativa; 79% referem que o papel é mais agradável de manusear e tocar; e 86% revelam que, quando podem escolher entre a embalagem de papel e outro material, escolhem o papel.
[Fontes: Estatísticas FAO; State of Europe’s Forests 2015; European Paper Recycling Council; “Evaluating scenarios toward zero plastic pollution”, Winnie W. Y. Lau et all; “Evaluation of physico-mechanical properties of paper bags for use in transporting retail products”, ITENE.]