Os talentos mais incríveis do reino animal

28 de Abril 2025

Congelar e voltar à vida. Regenerar membros perdidos. Mudar de sexo consoante o contexto social. Não é ficção científica. São exemplos reais de superpoderes que a natureza ofereceu a algumas espécies.

A natureza é uma fonte inesgotável de surpresas. Ao longo de milhões de anos de evolução, muitas espécies desenvolveram adaptações tão extraordinárias que nos fazem repensar os limites da vida. Neste artigo, reunimos alguns dos mais impressionantes talentos do reino animal. Mais do que meras curiosidades, são exemplos da incrível diversidade e resiliência da vida no planeta. Conhecê-los é também uma forma de valorizar e proteger o mundo natural.

A rã que hiberna congelada… e sobrevive

Imagine passar o inverno inteiro congelado, sem batimentos cardíacos nem respiração, e acordar com a chegada da primavera. É exatamente isso que faz a rã-da-floresta, espécie endémica da América do Norte. Durante os meses mais frios, o seu corpo congela parcialmente – os órgãos vitais param –, mas um antigelo natural no sangue impede danos celulares. Quando o tempo aquece, o coração volta a bater… e a rã retoma a sua vida como se nada tivesse acontecido.

A estrela-do-mar que regenera braços (e mais)

Perdeu um braço? Sem problema. A estrela-do-mar pode regenerá-lo, e, em algumas espécies, um único braço perdido consegue até gerar uma nova estrela-do-mar completa! Este superpoder de regeneração é partilhado com outros animais como as salamandras, que conseguem recuperar caudas, membros e até partes de alguns órgãos internos.

O peixe-palhaço que troca de sexo

Nos recifes de coral, a organização social dos peixes-palhaço é tudo menos rígida. Quando a fêmea dominante morre, o macho mais forte do grupo muda de sexo e assume o seu lugar. É uma transformação completa, irreversível e vital para a sobrevivência da comunidade. Um verdadeiro exemplo de flexibilidade adaptativa.

O polvo que se camufla em tempo real

Os polvos são mestres do disfarce. Usando células especiais na pele, chamadas cromatóforos, conseguem mudar de cor e de textura em frações de segundo, adaptando-se ao ambiente e confundindo predadores ou presas. Mas os seus superpoderes não se ficam por aí: os polvos são também incrivelmente inteligentes, capazes de resolver problemas complexos e até… de abrir frascos.

O tardígrado, quase imortal

E se o mundo acabasse amanhã? Provavelmente, os tardígrados sobreviveriam. Estas minúsculas criaturas de oito patas, também conhecidas como ursos-d’água, conseguem resistir a temperaturas extremas, radiação, desidratação, pressão esmagadora e até ao vácuo do espaço. Entram num estado de animação suspensa – uma espécie de pausa biológica – e podem ficar assim durante décadas, até as condições voltarem a ser favoráveis.

A rena que muda a cor dos olhos para ver melhor no escuro

Nas regiões árticas, onde os invernos são longos e quase sem luz solar, as renas desenvolveram uma adaptação fascinante: os seus olhos mudam de cor consoante a estação. No verão, são dourados; no inverno, tornam-se azulados. Esta mudança melhora a visão em ambientes escuros, permitindo-lhes detetar predadores e localizar alimentos como líquenes – que refletem a luz ultravioleta e se tornam mais visíveis contra a neve.

O geco que se desfaz… e escapa

O geco-de-escamas-de-peixe, que vive em Madagáscar, tem uma forma engenhosa de escapar aos predadores: solta as suas escamas ao menor toque, deixando nas mãos do agressor apenas um “casaco vazio”. Depois da fuga, as escamas regeneram totalmente em poucas semanas, sem deixar marcas. Um verdadeiro mestre do disfarce e da sobrevivência.