A substituição de embalagens de plástico – sobretudo as de uso único – por soluções em papel já está em curso há algum tempo. Agora, esse movimento tem um nome: papelização. Mais do que uma tendência passageira, trata-se de uma transição global para um mundo mais verde e sustentável.
O processo de substituição progressiva das embalagens de plástico por soluções biodegradáveis à base de fibras naturais é tão abrangente que fez nascer uma nova palavra para o designar: papelização (em inglês, idioma no qual se começou a usar, paperization ou paperfication).
Embora ainda não esteja oficialmente dicionarizado, este termo já se tornou familiar para quem trabalha nas áreas relacionadas com embalagens, seja nas reuniões de direção ou nas conversas em eventos da indústria.
A indústria tem vindo a responder à necessidade de substituir os materiais de origem fóssil, que dominam o setor da embalagem, com o uso crescente de alternativas renováveis e biodegradáveis. O papel ou a celulose, com origem em florestas geridas de forma sustentável, surgem como soluções que respondem às exigências de consumidores cada vez mais conscientes do ponto de vista ambiental. Para as empresas, esta mudança reflete os seus compromissos de gestão responsável e a conexão das marcas com valores de reputação sustentável.
Este movimento é ainda impulsionado pelos novos requisitos regulamentares dos países e pelos seus compromissos nacionais e internacionais de descarbonização e de redução da poluição ambiental. Em abril de 2024, o Parlamento Europeu aprovou novas regras para tornar as embalagens mais sustentáveis e reduzir os resíduos na União Europeia. Entre as medidas, destaca-se a proibição, a partir de 2030, de alguns tipos de embalagens de plástico de utilização única, como:
- Embalagens para frutas e produtos hortícolas frescos não transformados;
- Embalagens para alimentos e bebidas servidas e consumidas em cafés e restaurantes;
- Embalagens para porções individuais (ex.: condimentos, molhos, natas, açúcar);
- Embalagens miniatura para produtos de higiene pessoal (frequentes em hotéis);
- Sacos de plástico muito leves e transparentes.
Novas oportunidades de crescimento impulsionadas pela papelização
A utilização cada vez mais frequente de materiais à base de papel, em aplicações onde até há poucos anos só existia plástico, vai fazer crescer, de forma expressiva, o mercado das embalagens compostáveis e biodegradáveis. Um relatório recente da consultora Smithers – “O Futuro das Embalagens Biodegradáveis e Compostáveis até 2029” –, avança que este mercado deverá crescer a uma Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR) de 8,8% nos próximos cinco anos, atingindo 11,7 milhões de toneladas.
O “Relatório de Tendências de Inovação em Embalagem 2024”, da organização ambiental GreenBlue, também reforça a consistência deste caminho: “Com a tendência de papelização a impulsionar a procura por fibra de origem responsável, as florestas tornam-se um investimento que vale a pena proteger”.
Na base de tudo: um recurso renovável
A papelização só é viável, e desejável no atual contexto de crise climática e ambiental, porque o papel é produzido a partir de um recurso renovável. As florestas de produção, plantadas e replantadas apenas para este fim, têm na gestão sustentável o segredo desta chave para o futuro. Os sistemas de certificação garantem que o equilíbrio ambiental e dos recursos naturais é respeitado.
Os cerca de 109 mil hectares de floresta certificada que a The Navigator Company, mentora do projeto My Planet, tem sob a sua responsabilidade em Portugal continental são a prova de que é possível conciliar os objetivos de produção com rigorosos padrões de conservação e de respeito pelo ambiente. A empresa tem também liderado o contexto da papelização, situando-se na vanguarda da investigação e industrialização de novos produtos, com origem em matérias-primas renováveis e biodegradáveis, para substituição dos plásticos de uso único. O mais recente exemplo desta aposta é a nova linha de embalagens de celulose moldada, feitas a partir de fibra virgem de eucalipto globulus das florestas nacionais. Saiba mais sobre esta inovação mundial made in Portugal, aqui.