Pasta e papel: bioprodutos por excelência

4 de Janeiro 2024

A floresta é uma fonte renovável que se tornou peça-chave da nova bioeconomia. Este ecossistema está na origem da pasta e do papel, mas também de novos bioprodutos com potencial para substituir os plásticos de origem fóssil.

A pasta de celulose encontra-se na base de muitos novos bioprodutos inovadores. Mas não podemos esquecer o mais tradicional de todos: o papel. A sua fonte de matéria-prima principal é florestal, são as fibras naturais. Por isso, “a pasta de celulose e o papel são bioprodutos por excelência”, refere Ricardo Jorge, responsável pela Direção de Investigação e Consultoria Tecnológica do RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel (Laboratório de R&D detido pela The Navigator Company, Universidade de Aveiro, Universidade de Coimbra e Universidade de Lisboa, através do Instituto Superior de Agronomia).

No entanto, apesar de os produtos papeleiros terem uma longa história de vida, a valorização do seu caráter eco-friendly só ganhou o devido relevo quando a bioeconomia circular se tornou um tema importante no âmbito do desenvolvimento sustentável, e a matéria-prima florestal se firmou como uma alternativa incontornável e mais verde aos materiais de origem fóssil.

Sustentabilidade e circularidade

As florestas são fontes naturais renováveis e, em termos de ciclo de vida, contribuem para aquilo que são as melhores práticas da economia circular. O bioproduto papel é dos materiais mais reciclados na Europa e tem a vantagem de, quando não é reciclado, ser biodegradável e compostável, sem impactos negativos no meio ambiente e na saúde das pessoas.

A sustentabilidade deste produto tem crescido com a evolução da gestão florestal e das boas práticas silvícolas promovidas pela certificação, bem como com a crescente exigência ambiental ao nível da regulamentação industrial. Em Portugal, acresce o trabalho realizado pelo RAIZ, para aumentar a produtividade e resistência da floresta que alimenta a indústria papeleira, para otimizar os processos de fabrico e para desenvolver novos papéis inovadores e cada vez mais ecológicos.

O papel da The Navigator Company é um bom exemplo disso. Provém de florestas geridas e 100% certificadas. Utiliza fibra da espécie eucalipto globulus, que permite produzir mais papel com menos madeira e menor consumo de químicos. E que resiste a mais ciclos sucessivos de reciclagem.

A valorização do caráter eco-friendly dos produtos papeleiros ganhou relevo no contexto da bioeconomia circular, quando a matéria-prima florestal se firmou como uma alternativa incontornável aos materiais de origem fóssil.