Neste mês de novembro (dia 23) celebra-se o Dia da Floresta Autóctone, criado para assinalar a importância das espécies que integram o património florestal natural do país.
A floresta é a principal ocupação do solo em Portugal (36%), constituída, maioritariamente, por espécies autóctones (72%). Os dados do 6º Inventário Florestal Nacional (IFN6) do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) mostram a predominância do pinheiro-bravo, sobreiro, azinheira e pinheiro-manso, espécies que, juntas, representam 61% da área florestal de Portugal continental.
Outros exemplos de árvores autóctones da floresta portuguesa são a alfarrobeira, o amieiro, o bidoeiro, o carvalho-negral, o carvalho-português, o carvalho-roble, o castanheiro, a faia, o medronheiro, o pinheiro-silvestre e o salgueiro.
No global, a floresta portuguesa organiza-se em quatro grandes grupos: pinhais (pinheiro-bravo e pinheiro-manso); folhosas perenifólias (montados de sobro e azinho); folhosas caducifólias (carvalhos, castanheiros e outras); e folhosas silvo-industriais (eucaliptos). Os sobreirais e azinhais são a principal ocupação florestal, com cerca de um milhão de hectares e representando um terço da floresta. Os pinhais são a segunda, com uma área próxima de um milhão de hectares. Os eucaliptais ocupam 844 mil hectares, cerca de 26% da floresta continental. Já as folhosas caducifólias são a formação florestal menos representativa em área ocupada, com 10% do território florestal.
O clima mediterrânico de temperaturas amenas, invernos chuvosos e verões quentes e secos, e os solos de relevo diferenciado, contribuem para a elevada taxa de diversidade da floresta portuguesa, o que, por sua vez, reforça a sua resistência e resiliência.
Portugal soube preservar as espécies autóctones, ao mesmo tempo que as condições edafoclimáticas do país proporcionaram um lar para muitas outras que, com a ocupação da Península Ibérica por árabes, romanos e outros povos, e, essencialmente, com as viagens dos Descobrimentos, por cá se estabeleceram e naturalizaram. Há exemplos com milénios, como a oliveira e a amendoeira, ou com séculos, como a laranjeira, o plátano, o eucalipto e a olaia, que hoje são parte importante da nossa história social e económica, convivendo em harmonia com as espécies aqui nascidas.