Apesar ter descido duas posições no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas 2025, Portugal continua a ser um dos países mais comprometidos com o cumprimento das metas nesta área. Entre 63 nações, ocupamos o 15º lugar. Mas há ainda muitos desafios a superar.
O nosso país recebeu uma classificação “alta” no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas (CCPI, na sigla em inglês) de 2025, divulgado durante a COP29. Isto apesar de ter passado de 13º para 15º lugar, face ao ano anterior. O CCPI é um instrumento que traduz os resultados das políticas climáticas de cada país, elaborado anualmente por organizações não-governamentais, incluindo, por exemplo, a portuguesa ZERO.
O relatório atual concluiu que Portugal melhorou o seu desempenho climático em três das quatro categorias avaliadas:
🌍 Gases com Efeito de Estufa (GEE) – de 16º passou para 15º.
♻️ Energias Renováveis – de 20º passou para 18º.
📈 Política Climática – de 20º passou para 16º.
⚡️No domínio do Uso de Energia, manteve a 17ª posição.
O país tem vindo a registar, desde 2005, reduções sucessivas de emissões de GEE – a categoria com mais peso na avaliação CCPI. Os dados de 2023, os últimos disponíveis e aqueles em que este relatório se baseia, apontam igualmente para uma descida, influenciada, sobretudo, pela transição do setor energético e pelo aumento da produção de eletricidade a partir de fontes renováveis.
Apesar da boa classificação, o relatório alerta para a necessidade de Portugal incrementar os seus esforços na redução das emissões do setor dos transportes. Poucas cidades têm planos de mobilidade urbana sustentável (em Lisboa, por exemplo, ainda não existe), e os automóveis continuam a ser o meio de transporte dominante, tanto a nível urbano como interurbano. Ouso do transporte público permanece extremamente baixo, de acordo com o CCPI 2025, e as emissões do transporte rodoviário têm aumentado, contrariamente ao que é necessário.
O relatório recomenda ainda a implementação plena da Lei de Bases do Clima e mais políticas públicas com impactos positivos de descarbonização nos transportes e na agricultura.
Perspetiva global: aquém das metas
O relatório do CCPI 2025 refere que os esforços globais continuam aquém do necessário para evitar os impactos devastadores das alterações climáticas. Apesar do bom desempenho de vários países, nenhum está completamente alinhado com o objetivo do Acordo de Paris de manter o aquecimento global abaixo de 1,5oC, e nenhum apresenta avanços, em todas as categorias do índice, que permitam alcançar uma classificação geral “Muito Alta”. Daí que os três primeiros lugares do ranking permaneçam vazios.
Mesmo os mais bem posicionados – como a Dinamarca e os Países Baixos, que ocupam as 4ªe 5ª posições, respetivamente, liderando o ranking – não conseguiram atingir esse desempenho. E o relatório alerta que que, ainda que todos os países estivessem tão empenhados como os líderes atuais, os esforços seriam insuficientes para prevenir as consequências das alterações climáticas. Os resultados deixam claro que é necessário um reforço significativo das políticas nesta área, por parte de todas as nações.
O compromisso da The Navigator Company com a descarbonização
Empenhada em contribuir para o bom desempenho climático de Portugal, bem como para o esforço global de diminuição de emissões, a The Navigator Company, mentora do projeto My Planet, foi a primeira empresa nacional, e uma das primeiras no mundo, a assumir o compromisso de descarbonizar os seus complexos industriais até 2035. Antecipou, assim, em 15 anos os objetivos definidos a nível nacional e europeu.
A execução deste compromisso é sustentada por um investimento robusto no Roteiro de Descarbonização da empresa, que totaliza 340 milhões de euros entre 2019 e 2028. Até ao momento, 89% deste montante já foi executado ou está em fase de implementação.
Graças a este esforço, as emissões diretas de CO₂ fóssil da companhia registaram, em 2023, uma redução de 41% face a 2018, o ano de referência.
De salientar que as florestas de eucalipto, que são plantadas, replantadas e geridas de forma sustentável pela Navigator, acumulam um stock de 6,2 milhões de toneladas de CO₂, contribuindo, desta forma, para a mitigação dos efeitos das alterações climáticas.
Apesar da boa classificação de Portugal, o relatório alerta para a necessidade de o país incrementar os seus esforços na redução das emissões do setor dos transportes. Os automóveis continuam a ser o meio de transporte dominante, tanto a nível urbano como interurbano, e o uso do transporte público permanece extremamente baixo.