Portugal tem uma nova Capital Verde Europeia

20 de Dezembro 2024

Guimarães foi eleita Capital Verde Europeia 2026. O título é atribuído a cidades que se destacam pelas suas políticas ambientais rumo a um futuro mais sustentável.

A cidade berço de Portugal assumiu o compromisso com a sustentabilidade como traço da sua identidade. Esse caminho valeu-lhe o prémio de Capital Verde Europeia 2026, tornando-a a segunda cidade portuguesa a obter o título – depois de Lisboa, em 2020. Esta iniciativa,criada em 2010 pela Comissão Europeia, com o objetivo de promover a sustentabilidade urbana, distingue anualmente cidades europeias (com mais de 100 mil habitantes) que incorporam os princípios do Pacto Ecológico Europeu e que investem de forma consistente numa economia de baixo carbono, de circularidade, de conservação da biodiversidade e de redução da poluição.

Tal como as outras 20 cidades candidatas, Guimarães foi avaliada por um painel internacional de especialistas, que salientou o seu desempenho “excecional” em sete áreas fundamentais de gestão ambiental: qualidade do ar; água; biodiversidade, espaços verdes e uso sustentável do solo; resíduos e economia circular; ruído; alterações climáticas: mitigação; e alterações climáticas: adaptação.

Segundo a Comissão Europeia, Guimarães foi escolhida com base no seu compromisso emalcançar uma melhoria contínua em todos os desafios ambientais relevantes. O júri reconheceu que a cidade conseguiu tornar a sustentabilidade parte da sua cultura, com o envolvimento de toda a comunidade, incluindo cidadãos, academia e setor privado.

Para lá da visibilidade internacional e do estímulo à inovação ambiental, o reconhecimento como Capital Verde Europeia traz a Guimarães um prémio financeiro de 600 mil euros. Segundo o município, a verba será aplicada em projetos e iniciativas no âmbito da sustentabilidade. A aposta nas tecnologias digitais para monitorizar as alterações climáticas e o reforço da circularidade nas indústrias de têxtil e calçado fazem parte da estratégia futura traçada pelo executivo municipal.

Uma transição verde, na qual não faltam árvores e a ligação à natureza

O percurso de Guimarães em prol do ambiente conta com um histórico de mais de uma década. O município tem trabalhado em inúmeras iniciativas para adaptar a cidade aos novos desafios relacionados com a crise climática e ambiental. Entre estas, contam-se a ecovia de 17 quilómetros que faz a ligação a Fafe num percurso entre a natureza; a Horta Pedagógica, um projeto de agricultura urbana, com mais de 15 anos; e toda uma estratégia de proteção dosecossistemas florestais e espaços verdes urbanos.

Tem havido igualmente, por parte da autarquia, um investimento na educação ambiental, focada em sensibilizar os cidadãos, especialmente os mais jovens, para a importância dasflorestas e do uso sustentável dos recursos.

Águeda distinguida com prémio Folha Verde Europeia 2026

O município de Águeda foi também distinguido nesta edição dos prémios Cidades Verdes Europeias, tendo recebido a Folha Verde Europeia 2026 (European Green Leaf). Este galardão, e o respetivo prémio financeiro de 200 mil euros, é atribuído a cidades de menor dimensão (com uma população entre 20 mil e 100 mil habitantes) que se destacam na implementação de políticas promotoras do equilíbrio ambiental e da sustentabilidade.

Entre os fatores que garantiram este reconhecimento a Águeda estão a sua estratégia de comunicação e participação comunitária, que utiliza ferramentas digitais acessíveis a toda a população, bem como o apoio à arte e à cultura como motores de mudança, promovendo uma transição sustentável.

O júri reconheceu que Guimarães conseguiu tornar a sustentabilidade parte da sua cultura, com o envolvimento de toda a comunidade, incluindo cidadãos, academia e setor privado.