Um hectare de eucalipto produz, por ano, oxigénio para entre 37 a 80 pessoas.
A quantidade de oxigénio libertado pelas plantas está diretamente relacionada com a quantidade de dióxido de carbono (CO2) que estas retiram da atmosfera, uma vez que o oxigénio é um subproduto da fotossíntese. Neste processo, as árvores guardam o carbono (C) transformado em biomassa (na forma de madeira do tronco, ramos, folhas e raízes) e libertam o oxigénio (O2). E quanto mais rápido for o crescimento das árvores, mais oxigénio libertam para a atmosfera. Isto é particularmente importante tendo em conta que cada pessoa consome cerca de 300 kg de oxigénio por ano.
Dado que o eucalipto é uma árvore de crescimento rápido, desempenha um papel de relevo nesta equação. A ciência já fez as contas: um hectare de eucalipto – equivalente à área de um campo de futebol – liberta entre 11 e 24 toneladas de O2 durante um ano (a variação depende das condições de solo e clima), o que representa uma capacidade de produção de oxigénio para entre 37 a 80 pessoas, anualmente.
Sequestro de carbono
As florestas de produção destacam-se pela sua grande capacidade de captura e sequestro de dióxido de carbono (CO2). O facto de, como já vimos, se tratar de uma árvore de crescimento rápido, fruto de uma taxa de fotossíntese muito elevada, faz com que o eucalipto apresente valores de captura de carbono bastante superiores a, por exemplo, as florestas de montado ou pinhal. A investigação feita em Portugal mediu no eucalipto uma capacidade para assimilar até quase nove toneladas de carbono por hectare/ano, o triplo relativamente ao verificado no montado de sobro e azinho. Este serviço de regulação proporcionado pelo eucalipto tem um efeito mitigador das alterações climáticas. Embora a renovação da floresta em ciclos de 12 anos (da plantação à colheita da árvore) leve a uma reposição de parte deste carbono, a floresta de eucalipto permite um aumento significativo dos stocks de carbono na floresta e no solo, sob forma de matéria orgânica de longo prazo, para além de assegurar a sua capacidade de renovar a qualidade do ar.
Um estudo desenvolvido pelo Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, apurou que, durante o seu crescimento, as plantações de eucalipto restituem ao solo cerca de 30% do carbono armazenado por este ecossistema. Este armazenamento é alargado também aos produtos com origem na madeira, como é o caso do papel, o que torna qualquer biblioteca num reservatório de carbono.