Os portugueses escolhem e a representante nacional vai representar o País na competição europeia Árvore do Ano 2024. Há dez candidatas e já pode votar nas suas duas preferidas.
Tem até 5 de janeiro para votar numa das candidatas a árvore portuguesa do ano 2024. O exemplar vencedor vai representar o nosso país no concurso European Tree of the Year, uma iniciativa da Associação de Parceria Ambiental (EPA), que decorre desde 2011 e a que Portugal se associou na edição de 2018.
A UNAC – União da Floresta Mediterrânica, que organiza o evento português, escreveu, em nota de imprensa, que embora nesta edição predomine “a árvore em espaço urbano”, o concurso conta novamente com “exemplares de cariz florestal, reforçando a ligação rural-urbano tão necessária à salvaguarda dos valores florestais, muitas vezes afastados do espírito mais citadino”, já que “não se pode proteger o que não se conhece”.
Na corrida estão dez árvores, selecionadas entre 44 candidaturas, através critérios estéticos (porte ou paisagem envolvente), biológicos (como a idade) e de dimensão, mas também históricos e culturais, já que o mote do concurso é distinguir árvores com histórias interessantes. Estas são as suas biografias:
🌳 A Azinheira de Alportel, com 250 anos, está localizada em São Brás de Alportel, no concelho de Faro, tem 17 metros de altura e dez de perímetro de tronco. Segundo a autarquia, é o calor humano de mais de dois séculos de muitas vidas passadas à sua sombra que lhe conferiu o porte notável e a classificação como Árvore de Interesse Público desde 1942.
🌳 A chamada Árvore Grande é um plátano de 167 anos que se encontra no meio da localidade de Alijó, concelho de Vila Real, junto à igreja e ao chafariz. Os seus 35 metros de altura são o resultado de 167 anos de vida e diz a lenda que as suas raízes se estendem pelo subsolo de toda a vila. É tão acarinhada pelos locais que está na origem do nome de um doce, vinhos, associações, empresas e até à rádio local, para além de estar presente no brasão da freguesia.
🌳 A Camélia-japoneira de 300 anos, inserida nos jardins históricos da antiga Villa Margaridi, no centro de Guimarães, é um exemplo perfeito de topiária, a arte de podar plantas em formas ornamentais. Tem 6 metros de altura e está classificada de Interesse Público.
🌳 Nos jardins românticos da Casa de Mateus, em Vila Real, foi plantado em 1870 um Cedro-dos-himalaias que, atualmente, mede 44 metros de altura e tem um perímetro de tronco de 12,20 metros. Conhecido como Cedro Gigante, tem o seu reflexo, desde o século XX, no espelho de água desenhado por Ribeiro Teles.
🌳 A Gingko Biloba, ou nogueira-do-japão, localizada no Horto dos Frades, no Jardim do Cerco, em Mafra, distrito de Lisboa, está inserida em Património Mundial da UNESCO. Terá sido mandada plantar há 200 anos, por D. Fernando II.
🌳 A Magnólia do Palácio é um exemplar de 250 anos e 5,5 metros de altura, apreciado por milhares de visitantes dos jardins históricos do Palácio Anadia, em Mangualde, distrito de Viseu. Diz-se que quando floresce, os seus tons rosados e brilhantes conferem uma aura mágica ao jardim.
🌳 A famosa Oliveira do Mouchão, de Abrantes, distrito de Santarém, tem 3.350 anos e um perímetro de tronco de 11 metros. Deve o nome à lenda de que os pescadores se reuniam à sua volta e daí corriam para os pesqueiros, sendo que quem chegava primeiro escolhia a Pesqueira do Mouchão, considerada a melhor.
🌳 Outra árvore milenar (3.712 anos), a Oliveira do Peso é uma mistura de zambujeiro (a oliveira brava) e oliveira. Faz parte de um conjunto de cerca de 60 exemplares da Herdade do Peso, em Pedrogão, no concelho de Vidigueira.
🌳 O Sobreiro da Quebrada, que assume o nome do lugar onde se encontra, em Arcos de Valdevez, tem 438 anos e faz parte das lendas locais, com um caráter quase sagrado. Conta-se que, quando morria um habitante da aldeia, cortavam um ramo para usar no forno onde coziam o pão a distribuir pelos vizinhos que vinham velar o morto.
🌳 O Sobreiro do Rei, com 25 metros de altura, testemunhou o passar do tempo na Tapada Nacional de Mafra, onde nasceu há 385 anos. Está classificado como Árvore de Interesse Público desde 2000.
Cada pessoa pode votar em duas destas árvores até 5 de janeiro. A evolução dos votos pode ser acompanhada no site até dia 31 de dezembro, altura em que, para aumentar o suspense, a contagem deixa de estar visível. O vencedor é anunciado a 10 de janeiro, entrando depois na votação europeia, entre as representantes de dezasseis países.
Em 2018, Portugal estreou-se na competição europeia a vencer, com o “Sobreiro Assobiador” da aldeia de Águas de Moura, no concelho de Palmela, a arrebatar o primeiro lugar. No ano seguinte, ficámos em terceiro lugar, com a Azinheira Secular do Monte do Barbeiro, situada nas proximidades da aldeia de Alcaria Ruiva, no concelho de Mértola. Em 2020, o Castanheiro de Vales, em Tresminas, no concelho de Vila Pouca de Aguiar, obteve o sexto lugar. O Plátano do Rossio de Portalegre atingiu a quarta posição em 2021 e, em 2022, um sobreiro de Arraiolos conseguiu o terceiro lugar. No ano passado, o Eucalipto de Contige conquistou o quinto lugar europeu.