Restaurar a natureza

11 de Outubro 2021

Recuperar os ecossistemas degradados é imprescindível para a luta contra as alterações climáticas e a perda de biodiversidade.

“Estamos a devastar os ecossistemas que sustentam as nossas sociedades, e, ao fazê-lo, arriscamo-nos a ficar privados de alimentos, água e recursos de que precisamos para sobreviver”, disse António Guterres no lançamento da Década das Nações Unidas para a Recuperação dos Ecossistemas.

Liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP) e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), esta Década da Restauração, que decorre entre 2021 e 2030, visa proteger e recuperar ecossistemas em todo o mundo, para reverter as alterações climáticas e evitar o colapso da biodiversidade.

Segundo o UNEP, se na próxima década forem restaurados 350 milhões de hectares de ecossistemas e solos degradados, estima-se que sejam gerados nove biliões de dólares em serviços de ecossistemas e removidas da atmosfera entre 13 e 26 gigatoneladas de gases de efeito de estufa.

A ideia desta iniciativa da ONU é não só ajudar as organizações que lutam pela restauração dos ecossistemas globais, mas também mover pessoas e empresas no sentido de práticas mais sustentáveis.

A The Navigator Company, mentora do projeto My Planet, inclui estas preocupações na gestão diária das suas florestas. Um exemplo claro é a atenção constante de que são alvo as linhas de água e as galerias ripícolas, dada a importância que têm enquanto espaços de biodiversidade e aos serviços do ecossistema a que estão associadas.

Numa primeira fase, são delimitadas faixas de proteção da linha de água, nas quais ficam interditas ações como movimentação de terras, plantação comercial ou aplicação de produtos químicos. “Outra das fases passa por aumentar o conhecimento sobre o que existe nestas galerias: que recursos e valores contêm, se estamos perante um habitat incluído na Rede Natura 2000, se estão presentes espécies protegidas de fauna ou flora, ou se é uma área degradada”, exemplifica Nuno Rico, responsável pela conservação da biodiversidade na Navigator. É com base neste conhecimento que são depois criados planos de ação que visam proteger – ou, em alguns casos, restaurar – estes ecossistemas.