Uma só Terra

3 de Junho 2022

Há 50 anos, o termo “Meio Ambiente” entrou no discurso político e nas agendas mediáticas. Desde então, muita coisa mudou. Mas o tema “Uma Só Terra” para assinalar o Dia Mundial do Meio Ambiente continua a fazer tanto sentido quando nessa altura.

Há 50 anos tinha lugar em Estocolmo a primeira conferência da ONU com a expressão “Meio Ambiente” no título: Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano. Entre os dias 5 e 16 de junho de 1972, a capital da Suécia tornou-se também a capital da tomada de consciência dos problemas associados à degradação de ecossistemas devido à ação humana.

Os trabalhos contaram com a presença de líderes políticos de 113 países e de representantes de mais de 400 instituições governamentais e não governamentais. Deles nasceu o primeiro documento político internacional a reconhecer o direito humano a um meio ambiente de qualidade. E ali ficou identificada a necessidade de conciliar o desenvolvimento económico com a proteção do ambiente e do planeta, cujos recursos são finitos.

A expressão “meio ambiente” passou, a partir de então, gradualmente, a fazer parte de agendas políticas e de organizações não governamentais, dos programas escolares e das consciências individuais. Até hoje.

Foi também na Conferência de Estocolmo que ficou instituído o dia 5 de junho como Dia Mundial do Meio Ambiente, e marcada a data da primeira celebração para daí a dois anos, em 1974.

50 anos depois

Em 2022, Estocolmo foi de novo escolhida para acolher a conferência da ONU, e o tema de há 50 anos, “Uma Só Terra”, foi recuperado. Pelo simbolismo da data, mas também para marcar a ideia de que continuamos, e agora mais do que nunca, a precisar de defender e proteger o nosso planeta, o único capaz de acolher a vida tal como a conhecemos.

Novos conceitos foram surgindo nas últimas décadas, muitos deles inimagináveis em 1972. As alterações climáticas e os seus efeitos serão aquele com mais impacto e o que tem trazido desafios maiores às economias de todo o mundo. Limitar o aquecimento global é o objetivo. António Guterres, secretário-geral da ONU, chamou-lhe, em 2019, “uma batalha pelas nossas vidas”. Mas acrescentou: “É uma batalha que ainda podemos vencer”.

Na 26.ª conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-26), realizada em novembro de 2021 na Escócia, o número de países signatários do Acordo de Paris subiu de 175, em 2015, para 195 (incluindo China, Estados Unidos e Brasil). O Acordo de Paris estabeleceu como meta limitar o aquecimento global a 1,5°C até o fim do século.

Para isso é necessário atingir a chamada “neutralidade carbónica”, conceito que há 50 anos também ainda não se vislumbrava.

E é nesse contexto que se celebra este ano o Dia Mundial do Ambiente. Sublinhando, como há 50 anos, mas com uma consciência e urgência bem maiores, que é imprescindível preservar o planeta e o seu equilíbrio, para que a Humanidade possa continuar a habitá-lo.

Uma só Terra

Conferência de Estocolmo, 1972