Segundo as últimas pesquisas, mais de 170 biliões de partículas de plástico estão já a sobrecarregar os oceanos, e estima-se que até 2040, se nada for feito, o número triplique.
Em 1972, a revista Science publicava o primeiro trabalho* que descrevia a descoberta de detritos plásticos marinhos. 50 anos depois, o problema, longe de estar resolvido, intensificou-se exponencialmente, com um estudo divulgado em março a revelar um aumento significativo da abundância e distribuição de plásticos nos oceanos desde 2005.
Marcus Eriksen e os seus colegas, do Instituto 5 Gyres, nos EUA, analisaram um conjunto de dados globais de poluição plástica na superfície do oceano registada entre 1979 e 2019 nas regiões marítimas do Atlântico Norte, Atlântico Sul, Pacífico Norte, Pacífico Sul, Índico e Mediterrâneo. O crescimento “rápido e sem precedentes” desde 2005 que apontam nas conclusões pode resultar, na opinião dos autores, do incremento global da produção de plástico ou de alterações na criação e gestão de resíduos.
Segundo os investigadores, a única forma de travar este crescimento nas próximas décadas é adotando estratégias concertadas, pelo que apelam a uma intervenção política internacional urgente, no sentido de minimizar os danos ecológicos, sociais e económicos da poluição causada pelo plástico marinho. “Este é um aviso sério de que devemos agir à escala global. Precisamos de um tratado global forte e juridicamente vinculativo das Nações Unidas sobre a poluição plástica, que pare o problema na fonte”, lê-se no relatório.
Sem ações concretas, os autores preveem que a taxa de entrada de plástico nos oceanos quase triplique até 2040, com consequências dramáticas para as pessoas e o planeta: segundo as Nações Unidas, “o lixo marinho está a afetar negativamente mais de 800 espécies e a causar sérios prejuízos às economias de muitos países”.
A alternativa já é uma realidade
Introduzir alternativas sustentáveis aos plásticos de uso único é um contributo fundamental para a redução da poluição por estes materiais, pelo que projetos como a agenda “From Fossil to Forest”, liderado pela The Navigator Company, mentora do projeto My Planet, assumem um papel de destaque.
A estratégia assenta na criação de embalagens com base numa matéria-prima natural, proveniente de florestas plantadas e geridas de forma sustentável. Surge, assim, a marca gKRAFT – uma gama de produtos em papel dirigida ao segmento do packaging, abrindo caminho a um novo paradigma de embalagem e estabelecendo uma alternativa sustentável num mercado dominado pelos plásticos de uso único.
* “Plastics on the Sargasso Sea Surface”