O medronheiro tem um ciclo de desenvolvimento diferente do habitual, pelo que exibe toda a sua beleza no outono.
É nesta altura do ano que podemos verdadeiramente apreciar o espetáculo de cores que o medronheiro nos proporciona: o branco das flores contrasta na perfeição com o verde das folhas e o amarelo e vermelho dos frutos, dado que a floração ocorre em simultâneo com a maturação dos frutos do ano anterior.
Da família Ericaceae, este arbusto ou pequena árvore de folha persistente e copa arredondada e irregular, junta o enorme potencial ornamental aos frutos comestíveis ricos em vitaminas A e C, carotenos e antioxidantes.
São frutos do tipo baga, redondos, com uma superfície granulosa, vermelhos quando maduros, a fazer lembrar pequenos morangos – os ingleses chamam ao medronheiro Strawberry Tree. Formam-se no final do outono e demoram cerca de 10 meses a amadurecer, com o processo a prolongar-se até ao outono seguinte.
Para além de saboroso – tem um travo ligeiramente ácido, mas muito agradável – e saudável, o medronho é usado na produção de aguardentes, licores, geleias e compotas. E os humanos não são o único a apreciá-lo: como é um alimento disponível numa época do ano de menos abundância para as espécies selvagens, as aves e mamíferos também os comem.
As pequenas flores brancas a rosadas surgem dispostas em cachos pendentes, de setembro a fevereiro. São maioritariamente polinizadas por abelhas, dando origem a um mel de excelente qualidade.
O medronheiro encontra-se distribuído por toda a Península Ibérica, Europa ocidental e sul, Médio Oriente, norte de África e Macaronésia. Em Portugal, existe em todo o território continental, com as maiores manchas a Sul, nas Serras do Caldeirão e de Monchique.
Na propriedade florestal de Águas Alves, em Monchique, a The Navigator Company, mentora do projeto My Planet, constituiu zonas com interesse para a conservação, onde realiza ações que promovem a regeneração e a sucessão natural desta espécie.
